A irônica sorte (parte dois)
Sai da escola cansado. Triste e amuado naquele sol de queimar gente. Fui direto pra casa naquele fim de tarde. O mais lento possível, e lá seguia eu. Abri a porta, pesadamente. Entrei no quintal. Uma vontade louca de tomar banho subiu na minha mente de forma, que eu abri a porta da sala mais rapidamente. E foi quando eu abri a porta mais rapidamente, pude ver quem se sentava no sofá. Estava sentado, tomando um chá junto a minha mãe com paciência e calma, até que der repente, sua expressão muda. Sua cara de tranquilo e calmo, passou a assustado e nervoso. Era a Sorte, lá estava ela bem perto de mim mais uma vez, com seus olhos arregalados, como se tivesse visto um fantasma.
Ele se levantou calmamente, e deixou a xícara de café no chão. Depois, veio apressadamente na direção da saída. Mas eu bloqueava o caminho. Ele seguia pra um lado, e eu seguia também. Ele seguia pro outro e eu também. Dessa vez ele não escapava de mim. E num rugido grande e feliz, eu corri na direção dele, e o joguei no chão abraçado bem juntinho a mim. Ele se rebateu fortemente. Queria de todas as formas sair do meu abraço. Mas eu era forte, e não o soltaria, até que der repente PÁ. Vejo minha mãe dando uma facada na Sorte.
-Você é louca?- disse eu me levantando e me recompondo. O coitadinho estava estirado no chão e seu sangue estava percorrendo pela casa.
-A meu Deus eu acertei o cara errado!! CHAMA A AMBULÂNCIA.
E lá se foi a sorte... dentro do samu fortemente ferido. E essa nem foi a pior parte da história, pois afinal de contas, minha mãe fala até hoje que acertou o cara errado e que a culpa fora minha... Mais uma vez, a sorte preferiu não ficar do meu lado.