Aconteceu comigo

Aconteceu comigo

Em meados de 1974, em um povoado de GO,onde fui morar e tive o primeiro filho.

Não tendo leite suficiente para sustentá-lo, procurei a única fornecedora de leite do povoado. Era uma senhora muito batalhadora, mas não muito preocupada com a higiene, banhos semanais... tomava “pó” de fumo.

Naquele vai e vem ela secava o fumo na chapa do fogão de lenha, depois moía aqueles pedacinhos na palma da mão, inseria nas narinas e em seguida “limpava” as mãos na lateral da roupa que ficava lisa pela sujeira. A roupa só era trocada aos sábados, dia de tomar banho.As mãos e unhas ficavam pretas por conta do procedimento.

Certo dia fui buscar o tão necessário leite e quando a ela pegou o vasilhame de medida com o polegar mergulhado no leite, saiu de seu dedo uma linha preta proveniente da sujeira que estava acumulava no dedo.Olhando aquilo pensei; se eu reclamar, ela me deixa sem o leite. Ela era ignorante “sistemática”. Sem alternativa, paguei caladinha e fui para casa ferver o tão precioso e único leite.Como dizia a vovó," o que não mata engorda” Meu filho sobreviveu.

Helcina Natal
Enviado por Helcina Natal em 31/01/2012
Reeditado em 31/10/2019
Código do texto: T3472399
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