O AMOR PRÓPRIO DE UM APOSENTADO - Matéria do Cantinho do Zé Povo-O Jornal de Hoje-Natal-RN-Ed. 14 de maio de 2011

Olá, amigos (as)!

Conforme já enfatizei para Vossas Insolenças, por diversas vezes, a NET é uma Serra Pelada; a gente tem que garimpar, e muito, para encontrar e/ou presentear alguém, com o que lá se encontra... Mas, ontem, quem foi presenteado fui eu; e “por tabela, que nem sinuca”, vocês, meus queridos e queridas leitoras do Cantinho do Zé Povo. E quem me mandou via e-mail esse presente, foi meu querido AMIGO e parceiro cultural, Rossine Cruz, da Budega Véia. Eis o texto na íntegra: Semana passada, estava entrando num Banco, para ver se tinha restado “alguma laminha” até o dia da “viúva” fazer o depósito. Foi quando uma linda garota, de uns 40 anos, minissaia, entrou na fila dos caixas. Imediatamente, saí da fila dos idosos e entrei na mesma fila que ela. Em pouco tempo, ela olhou para trás e sorrindo, disse:

- Por que o senhor não utiliza a fila dos idosos ?

Você sabe para que lugar eu tive vontade de mandá-la, não é ?! Porém, mantive a calma e usei toda minha experiência. Puxei papo e resolvi inventar, para impressionar. “Falei das minhas experiências como comandante de navio de cruzeiro”- semana passada havia lido um livro sobre um comandante de navio de turismo. Sabia tudo a respeito.

- Uau; o senhor foi comandante de transatlântico ?

- Só por vinte e dois anos; respondi expressando uma certa indiferença pelos anos de trabalho, mas sentindo que tinha capturado a presa; era só abater e comer.

- Nossa; e com essa pinta, o senhor deveria certamente, agradar muito o público feminino nas noites de jantar com o comandante.

Boquiaberto, só conseguir responder?

- Hã ?!

De tão distraído que eu estava, de olhar fixo no decote da jovem, que exibia exuberantemente, seus lindos seios. Ela me pegou no flagra. Eu sem graça e ela não fez por menos:

- O senhor ficou vermelho; ficou até mais bonito.

Eu estava perplexo e apavorado. Depois dos sessenta, isso acontece uma vez só antes da morte. Aquele avião, pronto prá decolar; e eu sem condições de se quer, fazer o chek in... Não sabia quanto teria na minha conta... Quanto estaria custando um Viagra ? Onde poderia arrumar duzentão até o depósito da “viúva” ?... Quanto custaria o motel ?... Chamar um táxi pegaria bem ?... Comecei a suar frio...

- O senhor lembra os galãs dos anos cinquenta; parece muito com o Mazzaropi; êle era um galã; não era ?

Nessa hora, minha auto estima fez um buraco no chão e se enterrou... Pô, quando ela falou num galã dos anos cinquenta, eu pensei num Paulo Autran, Paulo Gracindo ou algum Antonio Fagundes da vida; mas Mazzaropi ?! P.Q.P!... Mas tudo bem; prá pegar aquele avião, eu ía de Mazzaropi mesmo... Meu fabuloso programa de tarde acabou, quando ela derrubou um livro que tinha na mão. Enquanto o livro descia, inventei de pegá-lo à altura dos joelhos desnudos da jovem. Só escutei a frase dela:

- Uau; que reflexo; parece um garotão!

Ouvi essa frase e mais dois sons. Um abafado da região da minha coluna, que travou no ato; e o som estridente de um prolongado peido, que além de sinalisar minha “frouxidão”, lembrou-me a intensa dor na coluna. Arcado, tentava me endireitar e peidava. E o pior é que eu tinha almoçado chucroute (repôlho fermentado...) num restaurante alemão... A jovem, vendo que a situação não se reverteria, tirou os dois dedos que lhe tapavam o nariz, pegou o celular e ligou para o SAMU... Taí o fim de um provável romance de um aposentado... Você tá rindo porquê não foi com você!!!

Bob Motta
Enviado por Bob Motta em 14/05/2011
Código do texto: T2969747
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