PRÊMIO NOBEL - Literatura - 3/3

Cheguei ao local: “FÁBRICA DE MÓVEIS NOBEL”, aí pensei...tudo bem, já que cheguei aqui, vamos em frente.

O dono da Empresa veio me receber e me explicou que lia sempre o Recanto das Letras mas não tinha coragem de escrever e por isso instituiu o prêmio, cujo nome inteiro era:

“PRÊMIO Fábrica de Móveis NOBEL – Para escritores que LITERalmente ninguém ATURA”, resumindo: PRÊMIO NOBEL – LITERATURA.

Quase sai no tapa com o citato senhor... depois contei até dez e ponderei... pensando bem... não é que ele tinha razão... fui escolhido por meu estilo (... ou a falta de) irreverente... e que o nome do prêmio era bem dentro do espírito da maioria de meus textos.

Ele me explicou que a comissão julgadora tinha sido formada pelo Roberval- o vendedor; “Casca de Barata”- lustrador de móveis; “Tião manivela” – motorista de caminhão e dona Florinda – secretária que eram os únicos alfabetizados que se apresentaram para ler alguns textos depois do expediente... (recebendo hora extra, é claro).

O Presidente da Comissão foi ele mesmo.

Partimos então para o Brunch: que na verdade era uma "brunchada" de bode; moela acebolada, mandioca; pastel de vento; cachaça de rolha e para quem não gosta de álcool, caldo de cana com limão e gelo.

Quando fui embora já era noite.... ainda bem que não fui com meu Fiat 147... vai que uma blitz me para depois de umas duas garrafas da branquinha...eu iria literalmente em cana... e o pior... iria perder o carango pois tem uns dez anos que não pago IPVA.

O pior de tudo foi carregar meu prêmio nas costas três quarteirões a pé, depois no metrô e no ônibus até a Vila Sarrafo II...

O prêmio foi um puff feito de pneus usados pintados de rosa shoking com uma tampa de oncinha que foi sobra da última liquidação da Loja de Móveis Nobel...

Vou caprichar este ano pra ver se no ano que vem sou agraciado com um segundo puff, já que a nêga adorou o prêmio....