O PERU QUE ESPANTOU OS ASSALTANTES
O Peru que espantou os assaltantes
No Rio de Janeiro tudo pode acontecer. Não era Natal. Peru parece coisa só de Natal. Rita, entretanto, esmerava-se para o jantar de bodas da sogra.
Com o carro lotado de sacolas do supermercado, apressava-se a chegar a casa. Já tinha quase tudo pronto, mas o prato principal não estava pronto, pois o que comprara não era suficiente para os convidados. Nervosa, dirigia já pela rua onde morava, ansiosa por entrar na garagem e recomeçar os preparativos.
De repente, notou que dois homens, com roupas de couro e de motocicletas a estavam seguindo. Tentou desviar-se. Não conseguiu. Já perto de seu edifício, assustada, viu o porteiro, tranquilamente, conversando. Pedia a Deus que olhasse para o carro dela. Mas nada.
Enquanto isso, os profissionais do crime ladearem seu automóvel e anunciaram o assalto. Não satisfeitos com documentos e cartões, como também o pouco dinheiro de que ainda dispunha, começaram a pegar todas as sacolas de compras e dispostos a levá-las - eles traziam sacos de lixo - já iam embora.
Em lágrimas, ela não percebeu que a moça que a auxiliava nos serviços domésticos descera e estava na calçacada, começando a gritar:
- Não, o peru da Rita, não!
- Não, o peru da Rita, não!
Logo os passantes, desatentos, começaram a parar com a gritaria e aquela frase insólita, ainda mais tão longe da época natalina.
E moça, cada vez alto:
- O peru da Rita, não!
Os assaltantes, sem nada entenderem, jogaram tudo no chão e lá se foram em disparada.
O peru espantou os assaltantes.