A FREIRA LURDINHA
Naquela bucólica tarde de outono a freira Maria de Lurdes bordava com fios de ouro a mitra que lhe havia sido encomendada pelo cardeal.
De tão colorida, parecia que a cena havia sido extraída de algum catecismo.
O céu azul, as negras vestes da freira, o escarlate da mitra e emoldurando tudo uma secular roseira que contornava todo o pátio do convento.
Quando batia uma brisa, a roseira generosamente derramava sobre a freirinha delicadas pétalas de rosa.
De repente Lurdinha espetou o dedo e com a dor gritou - Merda!
Botou a mão na boca em sinal de reprimenda e disse – Pôrra... falei merda!
Ainda mais assustada disse – Puta pariu... falei pôrra!
Alguns segundos depois completou – Ah!... foda-se!...eu não queria mesmo ser freira!
Todos os créditos e o mármore do inferno vão para meu amigo Hermitão.