A SINA DO JAPONÊS - Causo fictício.-Matéria do Cantinho do Zé Povo-O Jornal de Hoje-Natal-RN-Ed. 07 e 08.11.2009
Existem povos que marcam sua trajetória na vida de uma nação, de várias maneiras. Por sua inteligência, por seu trabalho, pelo seu talento; e muitas vezes, por suas gafes. E por essas mesmas gafes, tornam-se alvos fáceis das brincadeiras do povo daquele país, mas que nem por isso, deixa de ser um povo muito querido pelos nativos daquela terra que escolheram para viver. Hoje, o Cantinho do Zé Povo, com muita honra (só o Cantinho do Zé Povo, pois seu titular; num tem honra mais nem nuis zóio, mode qui já chorô munto...), presta sua homenagem à “rapaziada duis zói apertado, quage fechando”, mas de uma inteligência bem acima da média e de um talento quase que diria; indescritível... O querido leitor e a querida leitora já mataram a charada; sabem que estou falando dos nossos amados e queridos irmãos japoneses. Êita, povão trabalhador e inteligente da “gôta serena”! Mas, esse mesmo povo, através da sua inteligência e da sua expontâneidade, vez por outra aprontam situações que nos levam a gargalhadas daquelas de “estalo”, daquelas bem escandalosas e mal educadas aos olhos e aos ouvidos de “falsos bem educados e/ou pseudo-puritanos”; livres, leves, soltas, sem dar bolas nem pedir homenagens ou autorização à presença de quem quer que seja... E eu fui buscar no a”lastro” do meu “baú de fuleragens”, muito bem guardado entre os neurônios que a cachaça não conseguiu destruir, esse causo de hoje. Fictício e de autoria ignorada; ou seja; é de autoria da própria sabedoria popular, de domínio público. É como diriam as rádios de outrora, “tal e qual as pílulas de vida do Doutor Rossi; pequeninas mais resolvem”... Essas mesmas “píula” que serviram de mote para o saudosíssimo Palhaço Facêta, lá de Abreu e Lima-PE, que tive a felicidade de conhecer pessoalmente em 1975, num show no Palácio dos Esportes. Ele dizia em cima do palco; “píula de vida,/ do Dotô Bode,/ entra pura bôca/ e sai puronde poooode”... Costumava dizer também; “píula de vida,/ do Dotô Pirú,/ entra pura bôca/ e sai pelos braaaaaço”... E a molecada que nem eu, ía ao delírio; “eu era feliz...e sabia”!... Pois bem! O causo de hoje, conta a estória de um avião daqueles do saudoso Loid Aéreo, lotado de passageiros, que precisou fazer um pouso de emergência, e os passageiros, à beira do pânico, puseram-se a rezar, chorar e a se pegar com todos os santos do céu e de sua imaginação. E no meio de toda aquela gente, se encontrava um japonês, com as duas mãos agarradas aos braços da poltrona, “de dente trincado”, e pasmem vocês, queridos leitores (as); rindo... Os passageiros, já beirando a histeria, e o japa, na dêle; agarrado com todas as suas forças nos braços da poltrona, de dentes trincados; e rindo, para o desespero e revolta dos demais passageiros... Eis que o pilôto, do alto de sua competência, a muito custo, consegue pousar o avião no Aeroporto João Suassuna, na minha querida Campina Grande-PB, sem maiores problemas... Aí, meu fíi; uis passagêro fôro tudo in riba do japonêis:
- Japonês safado; nogento, FDP; como é que você pode se comportar dessa maneira ?
E o japonês, na sua enrolação lingüística, tentava em vão, se explicar:
- Zaponês non é safado, non ?! Zaponês tava soflendo igual a vocês, non ?!
E o restante dos passageiros, insistindo na acusação:
- Como que estava sofrendo ? Todos nós aqui em pânico, quase chegando à histeria e você, japonês safado, ainda por cima, rindo ?!
- Zaponês non tava lindo, non ?!
- Pois se explique e bem explicado, antes que a gente lhe dê uma “camada de pau”!
Aí, meu fíi, o japa disparou:
- Zaponês sofle da doença do côlo curto; quando o C... fêça, a bôca able; e naquela hola de apelêio, o bufante do Zaponês tava munto bem tlancaaaado, non ?!...