Relaxa, que a filha é tua...
A mulher queria que o marido assistisse o parto – para acalmá-la. Ele não sabia se seria válido, já que era mais emotivo que ela. Mas era, também, espirituoso. E nisso os dois concordavam. Ela não era tanto, era sempre mais séria e gostava de dizer isso a ele.
Afirmava sempre que tudo que ela dizia era verdadeiro e no entanto não sabia se podia considerar o mesmo com relação às coisas que ele dizia – já que vivia brincando com tudo e com todos o tempo todo.
Chegou o dia do parto e ele estava ao seu lado. Seria uma cesária e ela, após a injeção, ficou meio sonolenta. Ele ali, ao lado, fazendo piada do médico, das enfermeiras e ela sempre dizendo:
- “Não achei graça nenhuma.”
- “Relaxa, mulher, você está nervosa, muito nervosa!”
E assim foi – várias vezes.
- “ Não achei graça nenhuma!”
- “Relaxa, mulher, você está nervosa!”
Qdo a criança nasceu, o médico colocou-a nos braços dele. Emocionado e muito nervoso ele olhou para sua mulher e disse:
- “Olha, querida, é a cara do pai!” -
- "Você o conhece?” - Disse-lhe ela, sonolenta e muito séria.
- “Hein?!!!” - disse ele.
Ela olhou diretamente nos seus olhos, sorriu e disse:
- “Relaxa, homem... você está muito, muito nervoso!”
Todos riram – médico e enfermeiras.
Ele não sabia mais se ria ou chorava – ficou apenas com cara de tacho! A menina, que até então chorava em seus braços, parou de chorar e começou a sorrir.
- “Ta rindo de quê, minha filha, não achei graça nenhuma...”