"A DAMA de VERMELHO"

Frequentemente vou a Sampa a negócios, onde sou bem recebido por um grande amigo, paulista da gema, que sempre nos arruma alguma programação noturna para espichar as horas vadias.

Certa feita fomos a um clube “da moda”, auscultar o mulherio que por lá vagueia com inúmeras segundas intenções e, como as nossas também não eram das melhores, sentimo-nos em casa.

Ao contrário de meu amigo, que estava ali para “a briga” e já se encontrava no meio das moçoilas, fiquei à meia-distância, no observatório cauteloso.

Até que adentrou ao recinto uma distinta louraça, daquelas que atrai a atenção de todos, por todas razões e ângulos que se possa mirá-la.

Era grande, muito grande, daria para servir, com sobras, a meio batalhão.

Ela circulou um pouco, exibindo, sob o vestido vermelho, as marcas da miúda calcinha e depois sentou-se, sozinha, a uma mesa distante uns 10 metros da minha.

Meu primeiro impulso foi cerceado por um intruso que, se antecipando a mim, chegou perto dela e começaram a conversar.

Mas ele saiu em seguida e, ato contínuo, outro se aproximou o que se repetia, a intervalo de segundos, a cada saída.

Mentalmente, calculei minha distância, a força do vento contrário, o tempo que levaria para me aproximar e cheguei à conclusão de que precisaria “x” minutos de intervalo entre um galanteador e outro, para poder sair e lá chegar sem correr risco de interrupção.

Todavia, enquanto eu elaborava esses complexos cálculos me veio a PRIMEIRA DECEPÇÃO...

Sumiu... ela simplesmente desapareceu, deixando sobre a mesa um copo de bedida inacabada e em mim a sensação de quem perdeu o cartão de loteria premiado...

Disse a PRIMEIRA, porque a SEGUNDA DECEPÇÃO veio a galope...

Estava tentando me acostumar com a idéia de que “a perdi para sempre”, que o destino é cruel, etc... e aproveitei para ir ao banheiro...

Lá chegando... céus!!!!

Não é que me deparo com a danadinha!?

Ela estava “fazendo xixi”...

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EM PÉ!

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Ufa!... Ainda bem que acordei... era só um pesadelo, com uma Dama de Paus, não de Vermelho!

Lobo da Madrugada
Enviado por Lobo da Madrugada em 14/04/2009
Reeditado em 06/06/2009
Código do texto: T1538975
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