A gorda e o magro
Com hálito de hortelã
e perfume de gardênia,
mostraste ter muito elã
e no intestino tênia.
Comeste um boi inteiro,
vestida com roupa de grife,
depois pediste um carneiro,
enquanto eu comia um bife.
Ao término de tal jantar,
primeiro da lua de mel,
quiseste comer um manjar,
teu hálito já era fel.
Eu sou um sujeito roto,
mas não devo nada a ninguém,
quis suportar o teu arroto,
prefiro jantar sem ninguém.
Então valorizo o que tenho,
caminharei sempre ao teu lado,
faremos da vida um desenho,
tu, gorda, eu cada vez mais magro.