COINCIDÊNCIA ENTRE O FATO E O FLATO...-Causo real
Se por acaso existir algum dos meus leitores, que não saiba o que é flato, explico sem rodeios; flato é peido!...
Década de sessenta, quarta série ginasial, turma B do Colégio Marista de Natal, aula de ciências com o então Irmão Olavo, indivíduo da melhor qualidade, hoje o Dr. Olavo Sidrim. Começou a aula e êle, o Irmão Olavo, explicando a causa da dor nas costelas, aquela dorzinha que no interior nordestino, se chama de “dô de viado” (dor desviada). Nossa sala de aula, ficava, no final do corredor superior, exatamente em cima do auditório. Tinha as carteiras dos alunos, nas duas laterais, uma fileira de estantes e lá na frente, o birô do professor e uma mesa de mármore, que servia para as aulas práticas. Tinha um janelão bem pertinho do muro lateral, onde morava Dona Isaura, professora particular; e vez por outra a classe inteira explodia em gargalhada, quando a empregada da Dona Isaura estava “roendo” e enquanto lavava roupa, mandava brasa na música do Silvinho: Quem eu quero não me quééééé!!!! Pois bem! E enquanto o Irmão Olavo explicava, lá no final da turma, a gente tentava manter a atenção à aula, o que era quase que totalmente impossível, devido às mungangas do César Eduardo Jansen, filho do então Comandante Jansen, Cap. de Mar e Guerra da Base Naval de Natal. O Irmão Olavo tentava manter a calma, e explicava:
- Essa dor que vocês chamam de dor de viado, na grande maioria das vezes, é causada por gases acumulados no estômago. E muitas vezes, os gases confundem também, fazendo a pessoa sentir uma compressão no peito esquerdo, como se fosse um problema cardíaco, o que na realidade, é o acúmulo de gases. Os gases comprimem o estômago para cima, e aí...
Quando êle, o Irmão Olavo ía chegando nessa parte, o peste do César arrastou a cadeira e aproveitou para “arriar uma sola (soltar um peido)”, daquela de “matar cobra, espantar gente e fazer cachorro vomitar”!...A miserável foi tão escandalosa, que eu acredito que o estrondo passou longe, bem muito acima dos cem decibéis; tipo uma lona de caminhão sendo rasgada, que não adiantou nada o “arrastado da cadeira” para anular a zoada do peido. A caatinga rescendeu e infectou o ambiente!... Isso, exatamente sincronizado com a explicação do Irmão Olavo. E quando o Irmão disse:
- Os gases comprimem o estômago para cima, e aí...
Eu emendei de primeira:
- Ô peido fela da puta!
A classe só faltou ir abaixo com a algazarra. Entre gargalhadas escandalosas, vaias e assovios, até hoje não se sabe quem falou mais alto...O Irmão Olavo se dirigiu a mim:
- Bob, eu não falava desse assunto não; falava do porquê de muita gente confundir essa dor de gases, com dor cardíaca...
- Nem eu, Irmão; a minha reclamação foi por causa desse “troço” (disse eu me referindo ao César), que “balançou o pé de fava” aqui detráis e o senhor, daí mesmo da frente, deve estar sentindo o “perfume agradável”; pode mandar êle baixar a calça, que se a cueca não estiver cagada, “eu rinche”!...
E o Irmão Olavo, mandou eu e o César, nos entendermos com o saudoso Irmão André Parisotto, então diretor do colégio...