O MATUTO NO ELEVADOR- Causo Matuto
CANTINHO DO ZÉ POVO - Coluna de Bob Motta - DO JORNAL DE HOJE - NATAL-RN -Sábado, dia 05 de julho de 2008
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O MATUTO NO ELEVADOR
Antes de mais nada, quero agradecer a você, querido (a) leitor (a), o carinho e a atenção que vocês, sem exceção, têm pelo Cantinho do Zé Povo, bem como pelo seu titular. Carinho esse, traduzido nos e-mails que recebo e nos telefonemas que me deixam emocionado; telefonemas como o que recebi ontem, após o almoço, da leitora dona Denilde (perdoe se escreví seu nome errado...), que me disse que na sexta feira, tanto ela quanto seu esposo, ficam na expectativa de munganga do sábado...Mas, amigos (as); como já lhes falei anteriormente, a internet é como uma Serra Pelada; a gente garimpa, garimpa, e aqui acolá, ou encontra uma pepita preciosa ou ela chega às nossas mãos; como a estória de hoje, que me foi mandada pelo meu querido amigo e parceiro Rossine Cruz, mungangueiro “da gema”; e, que além de adorar uma munganga, um presépe (como diz Maria Rita, lá de Cabaceiras-PB...), tem outra qualidade, a de ser conterrâneo do meu querido e saudoso amigo Duruca, que era de Ceará Mirim, terra de gente muito boa e prá lá de querida por esse amigo de vocês. Pois bem! Segundo o que Rossine me passou, um matuto raquítico, subnutrido, daquele que se der uma ventania um pouco mais forte, carrega o “disinfiliz”, chegou na cidade grande, precisando ir ao médico, e quando chegou ao edifício do consultório, teve que usar o elevador. Esperou que o mesmo se abrisse, e quando isso ocorreu, além dele, o matuto, entrou um cidadão de cor negra, parecido um “gigante de ébano”; e o peste do matuto, com um medo “fela da gaita” da criatura, ficou a observar seu colega de elevador, com os olhos quase que esbugalhados de tanta admiração. E o cidadão, naturalmente se sentindo incomodado com aquela atitude do matuto, o interpelou:
- O que foi que você viu , que está tão admirado ?
- Ôxe; eu num vi nada não sinhô!
E o cara, querendo fazer fita com o matuto, ao notar sua condição de “peixe fora d’água”, quis fazer uma munganga, dizendo:
- Tenho um metro e noventa e cinco de altura, calço quarenta e cinco, peso noventa e oito quilos e tenho trinta e oito centímetros de “chibata”; Felipe Costa, seu criado!
O matuto, ouvindo aquilo, simplesmente desabou desmaiado; e o sujeito, aperreado com aquela reação, tentou reanimá-lo, dando-lhe uns tapas no rosto. O matuto tornou, com os olhos mais esbugalhados ainda, e o “gigante de ébano”; surpreso, perguntou:
- O que foi que houve com você, meu amigo ?
- Nada; mais me diga de novo ; o qui foi qui “voirmicê” dixe antes d’eu caí ?
- Eu disse que tenho um metro e noventa e cinco de altura, calço quarenta e cinco, peso noventa e oito quilos e tenho trinta e oito centímetros de “chibata”; Felipe Costa, seu criado!
- Cuma foi qui “voirmicê” dixe purúrtimo ?
- Felipe Costa, seu criado!
- Ôxe; e eu intindí FIQUE DE COSTA, SEU VIADO!...