O morto se faz de vivo pra papar o tonto
Para o velório toda família foi avisada.
Era gente de todo lado. Cruzes!
Chocava tanta comoção.
Mas como toda reunião é sinal de lucro,
Partiu-se pro ataque.
Criou-se um burburinho.
Era amostra grátis pra todo lado.
Nova cerveja, novo cigarro.
Desodorante. Colônias.
E como ninguém esperasse, o finado levantou.
- Querido, não se preocupe, já exigi comissão.
Ele então respirou aliviado, sem antes passar seu cartão.
Se tempo é dinheiro, quem disse que morte não pode ser lucro.