Turma de Juizes 1997
Turma de 1997 Parabéns
Turma de 1997.
No longínquo 08/09/97 minha turma de colegas juízes tomaram posse como magistrado do Estado de Minas Gerais, portanto, faz hoje 26 anos de magistrado.
São duas décadas e meia de dedicação a um ofício que promove a justiça por meio da prestação de serviços aos jurisdicionados.
Nossa turma completa hoje 26 anos na magistratura. Em seguida, nós tivemos 06 meses de curso de formação na Escola Edésio Fernandes. Assim assumimos as primeiras comarcas por designação do Presidente do Tribunal de Justiça. É uma turma que vem mostrando um bom trabalho e serviço na justiça de Minas Gerais. Magistrados de excelência e muitos despontam como referência no cenário nacional.
Parabenizo todos os colegas pelos 26 anos dedicados à Magistratura.
Prestar a homenagem significa recordar a trajetória desbravadora e empreendedora dos colegas magistrados pelas Comarcas onde passaram e deixaram ensinamentos valiosos. Na jornada, grandes obras foram escritas, de forma simples e em papel comum. Um patrimônio intangível que, com a valiosa contribuição de cada um de nós juízes de direito, agrega, continuamente, valor ao Judiciário mineiro.
Neste momento lembro que sem a dedicação de homens e mulheres empenhados no labor diário, que não raras vezes se deu em locais de difícil acesso e com ínfimos recursos materiais, não teria sido possível construir esta magnífica obra institucional.
Muitas conquistas marcaram o Judiciário mineiro nessas duas décadas e meia. E tal se deu com a nossa participação e dedicação. Contribuímos para que o nosso Tribunal investisse na excelência da produção, gestão, organização e disseminação de suas informações administrativas e processuais.
Que a nossa causa foi e continuará sendo sempre a justiça.
Dos caminhos mais nobres, optamos pelo da justiça e defesa dos direitos das pessoas. Escolhemos estar à frente de interesses e usar os melhores argumentos para distribuir justiça. Hoje é o nosso dia! Que todos nós possamos reconhecer a importância e a nobreza de nossa profissão, hoje e todos os dias.
A justiça é o direito do mais fraco, disse o pensador francês Joseph Joubert. E que bom que somos a pessoa, cuja missão é justamente garantir esse direito. Que chuvas de bênçãos caiam sobre nossas vidas, trazendo sempre o melhor deste mundo.
Isto porque os enfrentamentos ainda existem e é saudável que assim seja. Tais dissensos decorrem especialmente dos novos desafios que se avizinham para a Magistratura nestes novos tempos, em especial, o advento das novas tecnologias e uso da inteligência artificial no Poder Judiciário; a regulamentação das audiências de custódia e do juiz de garantias; a liberdade de expressão dos magistrados e as redes sociais; o excesso de litígios, repercutindo na tensão entre metas de produtividade e a prestação de uma jurisdição de qualidade; a equalização da força de trabalho entre o primeiro e o segundo grau, entre tantos outros que decorrem de uma sociedade cada vez mais complexa e que se organiza em rede e cujos efeitos incidem diretamente sobre os juízes.
Todavia, o maior que ainda enfrentamos ainda é o de conscientizar a sociedade sobre a importância de preservação das prerrogativas da Magistratura, como uma forma de defesa dela própria. E isso nossa turma sempre lutou.
É por meio, sobretudo, da independência judicial que os direitos individuais e coletivos são concretizados e é possível estabelecer um ambiente institucional de segurança jurídica que permita avanços sociais, econômicos e políticos, fortalecendo a própria democracia. Assim a turma /97 sempre pautou. Eduardo Couture costumava dizer que “no dia em que os juízes tiverem medo, os cidadãos não poderão dormir tranquilos”. Ou como mais recentemente constatado por Levitsky e Ziblatt no livro Porque as Democracias Morrem, o fortalecimento do Poder Judiciário é uma das salvaguardas ao nascimento de regimes autoritários de governo.
Tenho muito orgulho de onde vim, para chegar onde sempre sonhei! Parabéns Turma/97.
Extrema, 08/09/23.
Milton Biagioni Furquim
Juiz de Direito