Margarida Maria Alves, mulher coragem (1933-1983)
Em cerca de 21 anos de história, esta foi a sétima edição da "Marcha das Margaridas", com o lema "Pela reconstrução do Brasil e pelo Bem Viver".
Nos dias 15 e 16 de agosto de 2023, reuniram-se em Brasília mais de cem mil mulheres de todo o Brasil, trabalhadoras do campo e da floresta e das águas, mulheres trabalhadoras das cidades, agricultoras, marisqueiras, quilombolas e indígenas, usando chapéus de palha e roupas de cor lilás, além de representantes de movimentos populares de 33 países, para a tradicional “Marcha das Margaridas” desde 2002. A caminhada foi inspirada na luta da paraibana Margarida Maria Alves, que liderou o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba. Ela foi covardemente assassinada em 12 de agosto de 1983, aos 50 anos, na porta de casa, na frente do único filho e do marido. por pistoleiro de aluguel, a mando de latifundiários da região, como relata o site https://www.marchadasmargaridas.org.br/?pagina=asmargaridas.
A manifestação é organizada a cada quatro anos pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag). O movimento traz ao governo uma lista de reivindicações, como:
- Democracia participativa e soberania popular;
- Poder e participação política das mulheres;
- Vida livre de todas as formas de violência, sem racismo e sem sexismo;
- Autonomia e liberdade das mulheres sobre o seu corpo e a sua sexualidade;
- Proteção da Natureza com justiça ambiental e climática;
- Autodeterminação dos povos, com soberania alimentar, hídrica e energética;
- Democratização do acesso à terra e garantia dos direitos territoriais e dos maretórios;
- Direito de acesso e uso da biodiversidade, defesa dos bens comuns;
- Vida saudável com agroecologia e segurança alimentar e nutricional;
- Autonomia econômica, inclusão produtiva, trabalho e renda;
- Saúde, Previdência e Assistência Social pública, universal e solidária;
- Educação Pública não sexista e antirracista e direito à educação do e no campo; e
- Universalização do acesso à internet e inclusão digital.
Em resposta, as autoridades governamentais anunciaram medidas, como:
- prioridade a ser dada a mulheres na seleção dos beneficiários do Plano Emergencial de Reforma Agrária;
- criação do Programa Nacional Quintais Produtivos;
- criação do Pacto Nacional de Prevenção aos Feminicídios.
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“É melhor morrer na luta do que morrer de fome.” (Margarida Alves)
“Olha, Brasília está florida, estão chegando as decididas.
Olha, Brasília está florida, é o querer,
o querer das Margaridas.” (Canto das Margaridas - Loucas de Pedra Lilás)