TANCREDO, UM HOMEM DE MINAS

De que é feito a vida, se não de lembranças e tantas recordações que fizeram com que o passado tenha desenhado para nós um existir farto em saberes, e que hoje desperta em nos sentimentos saudosos ao lamentar balbuciando a velha e tão surrada frase: TEMPO BOM QUE NÃO VOLTA MAIS.

Pra onde foi aquele tempo que nos fizera sonhar, viver, presenciar, sorrir, chorar e guardar em cada um de nós tantas lembranças boas?

As histórias vividas por Carlos Silva

Dia 20 de abril de 1985 (eu já tinha ido ao primeiro Rock in Rio com alguns amigos, a saber: Francisco Bezerra, Francisco Ramos, Davi e Dario Nepomuceno) Por onde andam esses caras que entraram num chevette (meio baqueado e se aventuraram pela via Dutra, para gozar momentos de vivência permissível a alguns jovens que queriam saber o que era de fato O MAIOR ESPETACULO DA TERRA?).

Enfim, tudo isso está no baú de um relembrar, e creio que entre os meus colegas (assim como eu) que não os vejo há muito mais de 36 anos, essas lembranças perpetuarão até os últimos instantes da nossa vida. Houve o primeiro Rock IN Rio, e nós estávamos lá. (Obrigado Medina. Rsrsrsrs).

Mas naquele domingo, dia 21 de abri de 1985, o Brasil implodiu em tão inevitável tristeza com a notícia dada pelo então porta-voz da República (O Jornalista gaúcho, o Sr. Antônio Brito).

Era noite e eu estava com meus pais em São Paulo na casa da minha tia Noilda Xavier. Ao receber aquela noticia, (eu que trabalhava na cidade de Cubatão) levantei-me cedo e me dirigi para o ponto de ônibus, mas só que ao chegar lá, resolvi que naquela segunda feira eu não iria cumprir o meu labor.

Assim, peguei um ônibus desci no hospital das clinicas onde uma multidão já se fazia presente para ali, prestar as últimas homenagens ao Presidente (QUE NÃO CHEGOU ASSUMIR O MANDATO) O sr. Tancredo de Almeida Neves, casado com a Sra. Rizoleta Neves, ambos avós de um político conhecido do Brasil, cuja ascensão política cresceu muito, talvez levado pelo sobrenome do grande Homem que se fora.

Há exatos 38 anos, lá estava eu (um jovem de 22 anos totalmente politizado) seguindo a turba numa profunda tristeza pela perda, velando o corpo do homem que trazia uma esperança a mais para o viver do povo Brasileiro, naquela multidão, saindo do hospital das clinicas com destino ao aeroporto de Congonhas em São Paulo. Fomos seguindo para a nossa despedida ao Presidente Tancredo Neves.

A Cena que guardei na emoção, foi o aceno de Dona Rizoleta Neves á porta do avião, agradecendo ao povo por todo o carinho recebido e por toda esperança depositada naquele homem que trazia a experiência politica e o amor pelo Brasil, estampado em seu rosto e no seu modo de falar.

Amanhã dia 21 de abril, será o dia de Tiradentes, e também será o dia do aniversário de morte do Presidente 33 º Presidente da República, o Sr. Tancredo de Almeida Neves.