UMA BOLA MUDA UMA VIDA

“MENINO LEVE”

A sua vida, era uma bola, e foi tentando recuperar uma bola, que você perdeu a sua vida. Nos pés, a habilidade do menino deslizava por entre as gramas, saibros e torrões dos campos que recebia a sua forma de driblar, até chegar ao alvo principal do seu labor. Hoje, as lembranças são tantas, que uma saudade de quem o vira atuar com a bola nos pés, aconchega-se nesse momento a uma imensa e intensa saudade. Corre menino, com a leveza que antes tivera aqui nessa terra, para outros campos por onde hoje teu corpo repousa em paz.

Jamais nos esqueceremos que: A sua vida, era uma bola, e foi exatamente tentando recuperar uma bola, que você perdeu a sua vida, pois aquela foi a última bola que você tentou dominar, e não conseguiu.

Na ânsia de recupera-la, após cair nas águas do rio caudaloso do Itapicuru, fostes e voltastes, mas depois teve a ideia de busca-la novamente mais uma vez, mas os teus pés não mais acharam terra firme para voltar.

O rio não é culpado, você não é culpado, não existem culpados que justifiquem a tua partida, mas existem tantos aqui, que por muito tempo jamais deixará de lembrar da tua leveza de menino, ao conduzir nos ágeis pés, a genialidade do domínio daquela que foi em vida a tua parceira, companheira e fruto de tantas conquistas.

Vai em paz menino leve, pois o que nos resta a fazer, é pedir que as lembranças, (feito os gols que fizera, ou que auxiliara fazer ao longo desse teu percurso), nunca seja deixada de escanteio e que a gratidão de todos, não fiquem nos bancos de reservas do esquecimento.

Para Deyvid Shiloskovyc, In memoriam