Aproveitando este dia 10 de junho, dia de Luís Vaz de Camões , de Portugal e das Comunidades Portuguesas e dia 13 é também a data do  nascimento de Fernando Pessoa,   Meu patrono, na ALAPG,  Academia de Letras e Artes de Praia Grande - SP     vou tentar  fazer um paralelo entre Camões e Fernando Pessoa,  considerados em Portugal e no mundo  os dois maiores poetas da Língua Portuguesa.

Luís Vaz de Camões e Fernando Pessoa, cinco séculos separam estes dois expoentes máximos das nossas Letras, Camões nascido em Lisboa em 1524, e Fernando Pessoa nascido em Lisboa em 1888. A Obra de Camões é um marco entre a literatura arcaica da idade média, Teocentrismo e o Classicismo ou Renascimento,  para a época,  idade  moderna.  Com Fernando Pessoa inicia-se o movimento modernista em Portugal.  

        A opção de ambos: viver para escrever, produção múltipla e variada.  Na obra de Camões destacam-se dois estilos literários:  “ Os Lusíadas” uma epopeia, poemas épicos que cantam  os feitos, as glórias do povo português, “Heróis do Mar” dedicado ao rei Dom Sebastião.

      E Poemas líricos em medida nova  versos decassílabos, geralmente sonetos, seus mestres :Petrarca na Itália, e poetas  Latinos Horácio, Virgílio e outros.  

     O tema:  o amor como inimigo do homem, a causa de sofrimento no corpo e na alma humana,  mesmo assim para valer a pena deve ser vivido experimentado.

     E o Desconcerto do Mundo que consiste em  premiar quem é mau, e castigar quem é bom.

       Fernando Pessoa – seguindo o modelo modernista , quanto à forma  opta por versos livres e brancos ;

    Na rota da evolução se desdobra em Heterônimos personalidades distintas que personificam o povo português desde Alberto Caeiro o guardador de rebanhos,  até ao médico Dr. Ricardo Reis que cultua o pensamento Greco-Romano inspirado em Horácio, poeta latino

     Camões e Fernando Pessoa cada um a seu modo  exaltam o mundo moderno a chegar no seu devido tempo. Camões deixava para trás o Teocentrismo da Idade Média, e abraçava os ideais do Renascimento. Fernando Pessoa,  seus poemas, muito além do seu tempo,  são por essência existencialistas, preveem   um  mundo novo onde cabe o progresso, a cientologia e catástrofes e o que fazer depois de tudo.

               Depois de tudo

  Depois de tudo ficaram três coisas:

  A certeza de que estamos sempre a começar...

  A certeza de que podemos ser interrompidos antes de terminar

  Por isso devemos fazer da interrupção um caminho novo

  Da Queda um passo de dança...

  Do medo, uma escada...

  Da procura um encontro

                                                    Fernando Pessoa

 

Luiz Vaz de Camões  e Fernando  Pessoa duas  expressões  máximas da Língua Portuguesa, modelos a serem  seguidos  nos meios catedráticos ; nos livros didáticos; ponto de apoio para professores de Língua Portuguesa, são sempre uma fonte segura para todos aqueles que   precisam dominar a norma culta  da Língua Portuguesa e mesmo escritores que virão depois  vão ali aprimorar suas técnicas literárias,  dois mestres por excelência .  A Língua

Portuguesa não é estática, segue a evolução própria da humanidade, é flexível adapta-se ao momento histórico, à posição geográfica de cada nação dos membros da CPLP ( Comunidades dos Países de Língua Portuguesa) mantendo sempre através dos tempos e em qualquer lugar  do Planeta Terra a sua estrutura única, intocável .