Fica mais um pouco

Fica só mais um pouco aqui. Não... não vá simbora assim sem se despedir de mim. Vi que eram em vão meus pedidos, pois ela já não me ouvia mais. _Ela que tanto me atendia, porquê agora se quer ouvia meus lamentos? Questionei e implorei, mais e mais... Naquele momento vi que era tarde demais. Tentei apelar para o tempo, pedi que ele parasse e deixasse me a ir ao encontro dela. Mais uma vez frustei minhas tentativas. E agora o que me resta? Pergunta que fiz pra me em estado de desespero. O tempo não parou para que ficassemos juntos. Mas me deu mais tempo, para que eu pudesse sentir, a dor de uma saudade. Me deu mais tempo para que eu pudesse viver o amor que ela me deu por toda minha vida.

Hoje já se passaram mais vinte e cinco dias das mães e eu sem comemorar com a minha. Naquela época vivíamos numa vida simples no interior do Pará, onde não tínhamos máquinas fotográficas. Celular ainda nem existia. Com isso tivemos que fotografar tudo na memória. Ou melhor fotografar e filmar e, armazenar tudo na memória mente da gente. Naquela época as câmaras de fotografias eram em preto e branco, mas a tecnologia de nossa mente já eram colorida. Hoje revendo e vivendo os velhos tempos com minha Mãezinha vejo todos os momentos gravados em imagem nítida e coloridas. Não vou colocar uma foto dela junto comigo porquê não tenho. Mas quem sabe um dia consigo revelar as fotos que está gravado em minha mente numa folha de papel.