SOMENTE EU, E AS MINHAS TRES MENINAS
Eu sinto a falta delas.
Cecilias, Coras, Clarices,
Tenho devaneios, sonho poesias e as pupilas dilatam aguçando a luz ao encontro delas.
Passaram, sim, elas passaram mas estão sem passar pelo lembrar eterno e jamais por nós passarão.
Enquanto houver um Eu, um Tu, um Ele, um Nós, um Vós e uns Eles, seremos os maiores pronomes multiplicáveis com a plena certeza de que elas, dar-se-ão por lembradas e nos trarão esse elixir de palavras que adormece a dor, e aquece a alma que flutua nas palavras que elas deixaram guardadas nalgum papel.
Hummmm... papel com cheiro de canela e poesias, temperadas por essas três meninas de tempos diferentes e de vidas tão desiguais.
Cheira poesia, exala em mim o olor dos deuses das escritas vibrantes, com gosto de vinho da melhor fruta da parreira exposta e colhida pelas ágeis mãos dessas mesmas três meninas, de faces belas e de saberes doces. Doces feito um doce de palavras.
Assim, radiante e completamente feliz, eu poderei dizer ao mundo sem medir o tamanho desse meu tão expressivo grito: Provei do gosto que mais se parece com o céu, colhi o néctar das letras e adormeci após viver momentos extensos com essas três meninas.
Carlos Silva
Caldas de Cipó - BA 02 de maio do ano em curso datado de 22