Reverência ao poeta Carlos de Assumpção
Assumpção é o meu tambor
Assumpção é o meu pastor
Assumpção é o nosso tambor
Assumpção é o nosso pastor
Assumpção é batuque
Assumpção é quilombo
Assumpção é ancestral mão amiga
Que nos levanta dos tombos
Com Assumpção enfrentamos a casa grande
Com Assumpção fugimos das senzalas
Assumpção nos estimula a quebrar correntes
Que nos prendem, algemam, matam em várias valas
Dobro meus joelhos aos orixás
Dobro meus joelhos aos santos pretos
Dobro meus joelhos aos deuses coloridos
Peço benção ao Assumpção
Peço longevidade ao Assumpção
Peço saúde ao Assumpção
Peço muita inspiração para o Assumpção
Assumpção é o meu tambor
Assumpção é o meu pastor
Assumpção é o nosso tambor
Assumpção é o nosso pastor
Bata seu tambor grande poeta
Parceiro e voz de Solano
Parceiro e voz de Cruz e Souza
Parceiro e voz de Carolina
Parceiro e voz de Maria Firmina
Parceiro e voz de Nicolás Guillén
Parceiro e voz de Oliveira Silveira
Parceiro e voz de Lino Guedes
Parceiro e voz da juventude ativa
Em luta para ser respeitada e viva
Bata seu tambor grande poeta
Parceiro e voz das quilombelas canetas vozes guerreiras
Parceiro e voz dos malungos calouros
Parceiro e voz dos malungos veteranos
Parceiro e voz dos Cadernos Negros
Parceiro e voz do Movimento Negro
Parceiro e voz dos Congados e Moçambiques
Parceiro e voz dos Jongos e Maracatus
Parceiro e voz dos cantares e ritmos libertários
Cantemos com Assumpção
Cantemos para Assumpção
Cantemos por Assumpção
Assumpção é o nosso batuque
Assumpção é o nosso coração
Assumpção é aquele grande irmão
Reverenciado com respeito e devoção
Axé, mestre
Bença, mestre
Gratidão, mestre
Salve, mestre
Viva, mestre Assumpção
Sua poesia cura
Sua poesia conforta
Sua poesia importa
Sua poesia abre portas
Cante alto, mestre
Sua poesia é cortante
Sua poesia é importante
Para a África
Para o Brasil
Para Franca
Para São Paulo
Para a Cohab Cidade Tiradentes
Para Tietê
Para o mundo que te ouve
Para o mundo que precisa te ouvir
Axé, mestre
Bença, mestre
Gratidão, mestre
Salve, mestre
Viva, mestre Assumpção
Sua poesia cura
Sua poesia conforta
Sua poesia importa
Sua poesia abre portas
Enquanto a matilha prega rancor
Pelo tom da nossa escura cor
Assumpção sem fronteiras sutura a nossa dor
Assumpção sem limites canta e encanta o amor
A poesia do Assumpção aporta
A poesia do Assumpção conforta
A poesia do Assumpção cura
A poesia do Assumpção importa
A poesia do Assumpção abre portas
Para o Assumpção
Não paremos de cantar
Pelo o Assumpção
Não paremos de questionar
Com o Assumpção
Não paremos de gritar
Com o Assumpção
Não paremos de protestar
Os protestos do Assumpção
São os meus protestos
Os protestos do Assumpção
São os nossos protestos
Repito
A poesia do Assumpção aporta
A poesia do Assumpção conforta
A poesia do Assumpção cura
A poesia do Assumpção importa
A poesia do Assumpção abre portas
Assumpção é o meu tambor
Assumpção é o meu pastor
Assumpção é o nosso tambor
Assumpção é o nosso pastor
Oubi Inaê Kibuko, COHAB Cidade Tiradentes para o mundo, 10/02/2022.
NOTA: Salve majestades. Na humildade e com todo respeito, sou um ignorante em formação. Décadas passadas num evento cultural e literário no Rio de Janeiro, presenciei Carlos de Assumpção escrever, declamar de improviso e dedicar um poema ao amigo, agente cultural, poeta e ferramenteiro Edu Omo Oguian, de Salvador/BA, atuante no Ilê Axé Opô Afonjá; organizador da coletânea Capoeirando, CEAO/UFBA, 1982. Hoje ao lembrar desses fatos, a palavra tambor evocada pelo mestre no poema Batuque, me remeteu à referências literárias e expressões afrodiaspóricas, virou novelo e puxou os fios deste modesto poema. O qual dedico a ele, ao seu Protesto, Eclipse e outros inúmeros poemas. Mesmo não estando à altura do mestre, espero estar colaborando na pavimentação de aeroportos, pontes, horizontes. Se cuide, nos cuidemos, Riquezas. Voe! Click, Click, Click...
Versão texto com foto do Carlos de Assumpção no blog CABEÇAS FALANTES:
https://tamboresfalantes.blogspot.com/2022/02/reverencia-ao-poeta-carlos-de-assumpcao.html