BOTECO NA RUA DA TORRE

BOTECO NA RUA DA TORRE
(Homenagem ao Boteco da Tia Nara,
em Jequié/BA - 2021)

Estive pelo mundo, / Banhei-me nos mares, /
E em cada segundo, / Mergulhei pelos ares.

Curtindo de tudo, / Joguei malabares, /
Buscando no estudo, / Bebendo nos bares.

Mas agora há refúgio, / Fora dos Açores, /
Com os subterfúgios, / Que mudam de atores.

Então fui chegando, / Pela Rua da Torre, /
E me aconchegando, / Em tudo que soube.

E foi na parte alta, / Tendo até um viaduto, /
Onde a alma só estava, / Em um salvo conduto.

Assim vejo um bar, / Junto com restaurante, /
Num lugar de sonhar, / Onde a prosa é reinante.

Esse é o melhor lugar, / Do boêmio e o poeta, /
Degustar seu manjar, / Tendo a breja correta.

Entre o gelo e o fogo, / Tia Nara é o contexto, /
No boteco mais novo, / Que é nesse endereço.

Rua de um hospital, / De tempero e cerveja, /
Onde eu sou visceral, / Mas respeito quem seja.

Entre instinto e sabor, / É tão bom comer bem, /
Tendo à mesa o louvor, / Do manjar que convém.

Festejemos o sertão, / Do bom vinho e cachaça, /
Com moqueca e pirão, / Ou um bode de raça.