Zizi (Auxiliadora Vieira)
Minha Homenagem, no Dia do seu Aniversário
Minha Homenagem, no Dia do seu Aniversário
Hora do almoço, em Piquete, uma cidadezinha localizada aos pés da Serra Mantiqueira, no interior de São Paulo.
“- Minha boca está um SOL!” - pronuncia teatralmente a menininha loira de cabelos encaracolados.
Os pais sorriem frente à rica e curiosa metáfora. A bela pequenina associara a ardência na boca provocada por um pouquinho de pimenta, ao calor do Astro Maior. Nem de longe poderia conceber que seria ela própria um SOL na vida dos pais e dos irmãozinhos que chegariam mais tarde. E, foi assim, que cresci ao som e ao tom daquele brilho refulgente, que se associou de pronto à beleza e à inteligência ostentadas pela minha irmã, à qual chamei carinhosamente de Zizi. Antes e hoje – minha... nossa Zizi.
Filha dos professores Geraldo Mota e Mariinha Mota – músico e poetisa, Auxiliadora Vieira desafiou a vida de forma surpreendente.
Na mais tenra idade fez-me bonequinha viva e mamãe cumpria a exigência de vestir a sua boneca de louça com as minhas roupinhas de bebê.
Alguns anos depois, enquanto me distraia com bonecas e casinhas, minha irmã devorava livrinhos de histórias que papai prestimoso lhe trazia. Lembro-me bem do dia em que papai chegou em casa com uma coleção de pequenos livrinhos, se não me engano, provenientes das Edições Melhoramentos. Depois, foi a vez dos personagens de Monteiro Lobato provocarem um rebuliço naquela mente inquieta. Zizi esparzia o conhecimento adquirido, e, para além disso, inventava e reinventava histórias para os irmãos mais novos. Sentávamos à sua volta, atentos à interpretação da pequenina artista. Um encantamento só!
Zizi cresceu destacando-se em tudo: no âmbito familiar, social, cultural e profissional. Vitoriosa, sempre. Mas, nenhum título conquistado lhe foi mais salutar do que ser chamada de Vovó - cinco belos netinhos enfeitam os seus dias.
Hoje, o nosso SOL faz aniversário! Percebo que um brilho esfuziante ainda brinca em folia no seu olhar. Entrevejo na minha irmã querida, a mesma beleza e a mesma pureza daquela alma menina... Os cuidados de quem um dia me fez boneca, ainda encantam os meus dias, quando se preocupa com a saúde e o bem estar da família, dos amigos, dos pacientes e de todos aqueles que lhe solicitam apoio. Sempre presente, rigorosa e doce ao mesmo tempo. Nenhum possível pensamento contrário à sua personalidade conseguiria ao menos resvalar na grandeza do seu intelecto, e, muito menos, extinguir o brilhantismo, a lucidez e a honestidade dos atos que se espelham na educação humanista que recebemos dos nossos pais.
Parabéns, minha irmã Zizi! Muita Saúde sempre! Que os dias vindouros sejam de Felicidade, Amor e Paz!
Com amor, carinho e respeito, da irmã Sílvia Mota.
Um beijo dos sobrinhos Arnóbio Felinto, Gabriel Felinto e Rafael Felinto.
A ternura da sobrinha-neta Júlia Occhiuzzi Felinto.
Rio de Janeiro, 2 de novembro de 2020
Fotografia:
Avó materna, eu e Zizi,
sempre atenta e cuidadosa com a sua bonequinha viva.
Avó materna, eu e Zizi,
sempre atenta e cuidadosa com a sua bonequinha viva.