VELHOS PAIS
Saem pescando energias pelas praias e praças
Usam passadas largas, perna dura,
cara de passa e olhar vivíssimo
erram
como albatrozes procelados, nas orlas
olham de fito o sol, falam consigo mesmos
short sempre marrom saindo os cambitos
pernas magras, na caricatural figura atenazante.
À tarde vão dormir e à noite descem
passeando cachorros nas calçadas,
conversando política e afirmando
cataclismas ferais na sociedade.
Morrem de enfarte, tosse,
caganeira,
morrem firmes e à toa, mas mantendo
a postura de velho ereto e firme
ferozes no dizer, amando as lutas
na cordialidade amena e doce
de papais e vovôs de alguns de nós.
Os mais sanguíneos não dispensam brotos.
Morrem e à terra vão buscar sua alma
que partiu c'o a perdida mocidade.
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