UM TEMPO DE SETE, DE CINQUENTA OU SEI LÁ!

UM TEMPO DE SETE, DE CINQUENTA OU SEI LÁ!
(Homenagem aos 57 anos de casamento de Agnaldo e Camila)
 
Como o tempo, no seu infinito do éter celestial, nos faz perceber nossa pequenez, nossa fragilidade, nossa impotência perante o desafio da vida, que só pode ser eternizada no limbo eterno dos mistérios divinos, recheados pelas estrelas sem fim, névoas de luzes do que representa um passado longínquo e inatingível, de poeiras cósmicas que se condensam e se consomem sem ao mesmo nos deixar presenciar, que não seja apenas no plano virtual de nossas criativas e loucas imaginações, como se poder estar em qualquer lugar fosse um fóton celeste a escorrer, como o suor da umidade escorre um fragmento microscópico de restos rochosos dentro de uma caverna, para se abrigar no milenar avançar de um estalactite, na busca da paz da conjunção com um estalagmite que se forma em sentido contrário, nos mostrando o quão infinito é a grandeza espacial e temporal do Criador do todo que há, que houve e haverá, só nos permitindo ficar a fazer palpites do porquê de tudo!

Sete anos passaram tão velozmente, que não pude nem saber se degustei algum segundo desse intervalo com a intensidade necessária para me aperfeiçoar como fóton de luz, partícula inerente a esse todo, que me é exigido como forma de me eternizar vagando entre as dimensões onipotentes e oniscientes Dele, e só Dele, pois essa é a exigência para existirmos bem além do sangue que corre em nossas veias e artérias, e que faz o nosso músculo cardíaco e a nossa caixa craniana, carregada de neurônios e memórias virtuais do existir, interagirem para nos tornar seres criativos e semblantes daquele que nos permitiu existir.

E cinquenta anos, o que podem representar para cada um que dele participou, senão o poder se lambuzar do mais puro própolis dos favos de mel que são como eternidade, desde que bem guardados no amago de nossas almas?

Por saber que nunca mais nos banharemos nas mesmas águas que correm num mesmo rio, é que prefiro louvar cada momento que me foi e me é permitido degustar desses segredos melíferos, pois o ontem já foi e o hoje é o que simplesmente é, para nos deixar a imaginar o porvir, permitido ou não pelo mistério, que é só Dele.


Publicado no Facebook em 03/11/2018