COLHENDO TÂMARAS, MESMO SENDO SUAS SEMENTES (Homenagem a Camila e Inês Braga)
Publicada no Facebook em 04/07/2018
COLHENDO TÂMARAS, MESMO SENDO SUAS SEMENTES (Homenagem a Camila e Inês Braga)
Quando olhamos para os escritos antigos, encontramos um ditado árabe que diz: "Quem planta tâmaras, não colhe tâmaras!".
E isso quer dizer que a tamareira é uma planta de ciclo germinativo e produtivo tão lento que demora cerca de 80 anos para que ela atinja a maturidade necessária para frutificar.
Agora imaginemos um momento em 2018, onde nos deparamos com o dia 05 de julho de 1937 a nos refletir perante o espelho da vida. Como seria esse dia, se estivéssemos vendo brotar de uma semente, o germinar de uma grande tamareira? Quanto esforço foi realizado, com promessas aos santos, e em especial a São Camilo, de que se essa tamareira vingasse seria mais um milagre de um tempo tão agreste, onde nós vivíamos num Brasil de Estado Novo, de ditaduras e de guerras, que ebuliam ou flamejavam pelo mundo afora.
Eram tempos de Hitler e Mussolini, de Lenin e Stalin, de Lampião e cangaço, de coronéis e chicotes, de vida dura e sêca, como os desertos em África, onde os oásis presenteavam o mundo com suas tâmaras mais agridoces, e seus segredos de dunas, calor e fortunas, com fontes de água para salvar os tuaregues errantes.
E nesse 2018, o que posso dizer é que aqui tenho uma tamareira, que não está sozinha, pois tem uma irmã que também sobreviveu às agruras das oito décadas de oásis cercados por desertos, sendo uma que colhe tâmaras no quinto dia e a outra no sétimo dia desse julho de Ceasar, já que todas já passaram das 8 décadas impostas pela estórias e lendas dos mouros.
Mas bem assim, me rendendo ao destino, me torno menino para poder abraçar, essas matriarcas Camila e Inês, todas que nesse mês têm muito a comemorar. Pois se a primeira já chega aos 80 mais 1, a segunda nos presenteia com uma década a mais, no que lhe dá o direito mais nobre de saber como sobe numa tamareira para colher o fruto tenro, de sabor diferente, mas que nutre a gente com a força dos Céus, pois a tâmara é símbolo da vida que teima aguerrida para aqui estar e vencer.
Pois a vitória das tamareiras em figura de gente, só sabe e sente quem gozou de suas sombras, que ainda haverão de nos brindar com mil frutos, no mais absoluto sustento da alma e do ser, onde as suas crias sempre se agarraram aos seus exemplos, que contagiam os ventos que sopram furtivos para todos saberem, que as descendentes de uma Astéria e de um Firmino, tão caboclos e índios, mesclados com sangue tão luso e mediterrâneo, que não por engano, fez tâmaras crescer.
E essas linhas com que teço o linho, são apenas um pouco das palavras que caberiam em todos os papiros que legaram os escritos de outros tempos tão bonitos, pois só o amor nos faz vencer, já que esses ciclos de vida tão pequenos só deixam margem para as oliveiras e as tâmaras, como exemplos que emanam para nos provar que a vida sempre encontra um jeito para se eternizar.
Então, sejamos fé e esperança, pois no fim de toda festa e toda dança, tem uma plateia a ovacionar. E nesse palco, que nos permite colher tâmaras ou o azeite das oliveiras, sejam como a noite inteira, que sob a lua, nos concede o sol raiar.
Parabéns, Camila 81! Parabéns, Inês 90. E a estrada continua, como diria Pedro Paulo Braga, "nos caminhos do Deus dará!", e mesmo que haja "um louco no quarteirão!"
Quando olhamos para os escritos antigos, encontramos um ditado árabe que diz: "Quem planta tâmaras, não colhe tâmaras!".
E isso quer dizer que a tamareira é uma planta de ciclo germinativo e produtivo tão lento que demora cerca de 80 anos para que ela atinja a maturidade necessária para frutificar.
Agora imaginemos um momento em 2018, onde nos deparamos com o dia 05 de julho de 1937 a nos refletir perante o espelho da vida. Como seria esse dia, se estivéssemos vendo brotar de uma semente, o germinar de uma grande tamareira? Quanto esforço foi realizado, com promessas aos santos, e em especial a São Camilo, de que se essa tamareira vingasse seria mais um milagre de um tempo tão agreste, onde nós vivíamos num Brasil de Estado Novo, de ditaduras e de guerras, que ebuliam ou flamejavam pelo mundo afora.
Eram tempos de Hitler e Mussolini, de Lenin e Stalin, de Lampião e cangaço, de coronéis e chicotes, de vida dura e sêca, como os desertos em África, onde os oásis presenteavam o mundo com suas tâmaras mais agridoces, e seus segredos de dunas, calor e fortunas, com fontes de água para salvar os tuaregues errantes.
E nesse 2018, o que posso dizer é que aqui tenho uma tamareira, que não está sozinha, pois tem uma irmã que também sobreviveu às agruras das oito décadas de oásis cercados por desertos, sendo uma que colhe tâmaras no quinto dia e a outra no sétimo dia desse julho de Ceasar, já que todas já passaram das 8 décadas impostas pela estórias e lendas dos mouros.
Mas bem assim, me rendendo ao destino, me torno menino para poder abraçar, essas matriarcas Camila e Inês, todas que nesse mês têm muito a comemorar. Pois se a primeira já chega aos 80 mais 1, a segunda nos presenteia com uma década a mais, no que lhe dá o direito mais nobre de saber como sobe numa tamareira para colher o fruto tenro, de sabor diferente, mas que nutre a gente com a força dos Céus, pois a tâmara é símbolo da vida que teima aguerrida para aqui estar e vencer.
Pois a vitória das tamareiras em figura de gente, só sabe e sente quem gozou de suas sombras, que ainda haverão de nos brindar com mil frutos, no mais absoluto sustento da alma e do ser, onde as suas crias sempre se agarraram aos seus exemplos, que contagiam os ventos que sopram furtivos para todos saberem, que as descendentes de uma Astéria e de um Firmino, tão caboclos e índios, mesclados com sangue tão luso e mediterrâneo, que não por engano, fez tâmaras crescer.
E essas linhas com que teço o linho, são apenas um pouco das palavras que caberiam em todos os papiros que legaram os escritos de outros tempos tão bonitos, pois só o amor nos faz vencer, já que esses ciclos de vida tão pequenos só deixam margem para as oliveiras e as tâmaras, como exemplos que emanam para nos provar que a vida sempre encontra um jeito para se eternizar.
Então, sejamos fé e esperança, pois no fim de toda festa e toda dança, tem uma plateia a ovacionar. E nesse palco, que nos permite colher tâmaras ou o azeite das oliveiras, sejam como a noite inteira, que sob a lua, nos concede o sol raiar.
Parabéns, Camila 81! Parabéns, Inês 90. E a estrada continua, como diria Pedro Paulo Braga, "nos caminhos do Deus dará!", e mesmo que haja "um louco no quarteirão!"
Publicada no Facebook em 04/07/2018