Homenagem ao escritor e poeta itapetiningano João Batista Alvarenga

Excelentíssimo senhor vereador Hélio Godoy, presidente desta Sessão Magna.

Ilustríssimos membros da Mesa Principal!

Caríssimos amigos da Mesa Estendida!

Senhoras e Senhores!

É de conhecimento geral, a importância das frutas na alimentação e na saúde humana. As frutas são fontes de água, sais minerais, fibras, diversas vitaminas, carboidratos, gorduras e proteínas, mantendo, assim, o equilíbrio do corpo. A maioria apresenta baixa caloria e ajudam no controle do peso e no combate à obesidade.

E o Brasil é conhecido como a “terra das frutas” graças a tamanha variedade encontrada. Não há estrangeiro que, vindo de lugares frios, não se admire com a nossa abundância de formatos, perfumes e cores.

Isso é natural, como país predominantemente tropical que somos, embora inusitadamente a biodiversidade nativa brasileira não tenha quase nada a ver com o encontrado nos supermercados e feiras livres.

Das 20 frutas mais consumidas no nosso país, apenas 3 são nativas do Brasil: o abacaxi, o maracujá e a goiaba.

Por outro lado, o desenvolvimento da humanidade está intimamente relacionado ao uso das florestas.

Até pouco tempo, a necessidade de madeira era suprida quase que exclusivamente por meio das florestas nativas, cuja destruição tem provocado, muitas vezes, danos irreversíveis a alguns ecossistemas. A situação, nesse sentido, é alarmante.

É nesse contexto que entra o eucalipto, uma árvore originária da Austrália, e da maior importância para o mundo, em virtude de seu rápido crescimento, produtividade, grande capacidade de adaptação e por ter inúmeras aplicações em diferentes setores.

Um hectare de floresta plantada de eucalipto produz a mesma quantidade de madeira que 30 hectares de florestas tropicais nativas.

E já começa a haver algum consenso de que o eucalipto é uma das árvores mais bem posicionadas no combate ao aquecimento global, se este for causado pelas emissões de dióxido de carbono, pois tem maior capacidade de efetuar a fotossíntese.

Além do uso econômico, o eucalipto, por meio de suas folhas, é uma planta medicinal bastante utilizada no combate de diversas doenças respiratórias devido as suas propriedades expectorantes.

Pois há pessoas, senhor presidente e amigos presentes, que são como frutas e árvores de outras terras. São pessoas que aqui vieram ou foram trazidas e, com elas, trouxeram novos formatos, cores, aromas e sabores, bem como um bem-estar geral à saúde espiritual da nossa terra.

O homenageado desta noite é uma dessas pessoas frutas e árvores; semelhante a um refrescante melão europeu, trouxe-nos o frescor e a partilha de conhecimentos e ideias novas; análogo ao sedoso pêssego asiático, oferece-nos a doçura da poesia e da generosidade, e da mesma altura do imponente eucalipto, oferta-nos a transcendência de sua sabedoria.

João Batista Alvarenga, a quem carinhosamente o tratamos por ‘Alvarenguíssimo’, é um desses seres que fazem parte de um grupo seleto de almas que trazem consigo uma espécie de varinha de condão, transformando tudo e todos os que tocam.

O Mestre Alvarenga saiu, há muitos anos, de sua Itapetininga, de sua Atenas do Sul e se transferiu, definitivamente, para Sorocaba, para a Terra Rasgada e, aqui, nos rasgos desta terra, tem semeado as sementes da Educação, da Literatura, de uma Ética Universal, em forma de comprometimento e solidariedade.

Aqui, imbuiu-se de Arte Educador, nos anos de 2006, 2007 e 2008, coordenando oficinas pedagógicas na Casa da Cultura Grande Otelo.

Por 13 anos trabalhou como Jornalista no Jornal Cruzeiro do Sul, atuando como Repórter, Redator de Textos, Articulista e Fotógrafo.

Como empreendedor, idealizou e coordenou o projeto ‘Livro na Mesa’ (introdução de um livro de bolso nas cestas básicas dos colaboradores das empresas de Sorocaba e região).

Atualmente apresenta, pela Rádio Cruzeiro FM (92,3), o programa NOSSA LÍNGUA SEM SEGREDO, voltado para a divulgação da Língua Portuguesa.

Estas são apenas algumas das muitas atividades culturais desenvolvidas por aquele menino de 13 anos de idade que, um dia, uma iluminada professora de sua terra o chamou de lado e fê-lo ver que já o era um POETA.

O menino-poeta, o menino escritor, o menino-humanista que cresceu e se instruiu e, embora quisesse aplicar o saber crítico voltado para um maior conhecimento do homem e uma cultura capaz de desenvolver as potencialidades da condição humana ─ marca do Humanismo ─ tem se percebido, muitas vezes ─ conforme suas próprias palavras ─, um Dom Quixote de La Mancha, um Dom Quixote que, agora, não mais luta contra moinhos de vento, mas contra os moinhos do abandono, do descomprometimento, da inércia e da falta de ética, por parte daqueles que, investidos do poder de mudar e melhorar a sociedade, fazem vistas curtas e ouvidos moucos.

Por tudo isto, Senhor Presidente, neste momento, dentre as máximas da sabedoria popular, uma se destaca em relação a este evento: ‘Antes tarde do que nunca’!

Mas, ainda que tardiamente, senhor presidente, esta Casa, por meio desta Sessão Magna, ao outorgar o título de Cidadão Sorocabano ao professor, ao amigo e irmão Alvarenga coloca-lhe, no peito, o Brasão de Sorocaba, brasão este que ele já colocara, há muitos anos, em sua alma!

Obrigado a todos!

(Sessão Solene de outorga do título de Cidadão Sorocabano ao escritor e poeta itapetiningano João Batista Alvarenga, realizado em 22/06/2016, pela Câmara Municipal de Sorocaba)