Mulher e as Palavras

Mulher,

Palavras tentam homenageá-la, porém soltas, brilham pouco. Reunidas, criam corpo, tomam forma. Com braços, abraçam-te, acolhem cada alma feminina.

Mulher, se comparada às cartas, seriam rasgadas com ansiedade, lidas com emoção, dobradas pela eternidade. Na forma de poema, teus versos seriam rígidos numa temática solta.

Como bulas, prescreveriam centenas de conselhos, milhares de preocupações e incontáveis contraindicações. Caso fosse rótulos ... rótulos! Como assim? Nos rotular?  Outdoor tudo bem, desde que de sapatos altos, baixos, rasteiro,  brilhantes, de couro, de plástico.

Na foto, melhor, nas fotos, duas, uma com a família, abraçada aos pais, ao companheiro, aos filhos, aos irmãos, netos, tias, sogras, amigos e outros bebês! Se a roteirizassem, usariam a segunda foto, sozinha,  num monólogo, única,  traria a melhor pose de si.

Muitos sugerem que são catálogos, para estes, seria o discurso da dignidade e das conquistas.

Tantas possibilidades! São regras, leis, conselhos, bilhetes, memorando, relatos e relatórios. Porém para nós,  queremos que seja tudo, mas se preserve um pouquinho como a oração.

Que o amparo na angústia que na prece encontramos, seja teu colo. Que as exortações que nela nos guiamos, seja teu olhar e que a constância em que nela nos desfazemos, seja tua força e coragem.

Mulher, que a própria palavra solta encontre nosso mundo e que este, seja em tua própria homenagem.

Fábio Piantoni