A vizinha.
Um ano de saudades de um ente querido.
E o time do céu ganha mais uma alma de grande representação.
Nada mais natural do que o coração apertar quando quem nos faz bem se vai para o outro plano.
Nós como humanos, sentimos falta de tocar, ouvir a voz, ver o sorriso.
Tudo é gravado nas memórias mais eternas.
E o coração se encarrega dolorido da saudade deixada pelos anjos que tornam nossa existência mais leve.
Dona Stela já se fez idosa desde que me conheço por gente.
Mas era mais ativa que certos jovens e tinha a alegria de quem vivia a distribuir amor.
Ela é o som do piano do fim da tarde da infância.
O cheiro da comida mineira incensando a rua.
O hidratar matinal das plantinhas do jardim.
O agachar típico da idade para cumprimentar um gatinho de rua.
Era a preocupação sincera de vizinha quando demorávamos a chegar.
É o sorriso de quem a ama e é o seu próprio sorriso sincero com olhos apertadinhos e dentes bem à mostra a nos receber a qualquer hora do dia e da noite, festejando nossa presença como sendo digna de pessoas que lhe eram importantes.
Era a avó mineira de coração com sotaque gostoso e abraço envolvente que em um belo dia de domingo o Pai do Céu decidiu que ser vizinha era um papel pequeno demais.
Era uma vez então uma estrelinha na Terra que de tanto brilhar ascendeu para o Céu e onde todos os que a amam agora podem a olhar e onde todos os que vivem no amor agora ela pode os guiar.