QUATORZE DE MARÇO – O DIA EM QUE NASCEM OS LOUCOS
Se de um pingo, se faz uma chuva de emoções
Se de um raio de Sol, sai um abraço ardoroso
Se de um beijo fraterno sai, um sepulcro cálido
Se de um luar prateado, sai um claro prantear
Por trás disso, existe um poeta
Quando vemos uma linda flor e pensamos ser, um resplendor em botão
Quando brota um grão na terra e pensamos ser, um novo dia
Quando o recôncavo baiano vira um cio lunático
Quando o azul se desdobra e se torna a celeste peregrina
Por trás disso existe um poeta
Logo pela manhã, imaginando lendas, sonhos e desatinos
Logo pela tarde, imaginando castelos, baladas e cantigas de enternecer
Logo pela noitinha, imaginando seres alados, plumados e voadores
Logo no alto da noite fechada, imaginando amores, vãos, impossíveis
Por trás disso existe um poeta
Maré vazante, ondas cintilantes, se transformando em verbos mergulhados
Movimentos bruscos, rusgas, traças, memórias ilustradas, se tornando visões perfumadas
Mentiras soturnas, cicatrizes, feridas, se transformando em namoros confusos
Momentos de silêncio, se tornando almas gritadas, explosões de prazer
Por trás disso existe um poeta
Na fortaleza de um abraço, na medida certa de um toque, sentir o arrebol das paixões
Na calada de um lamento, na sentença de um frio, sentir o arrepio das tristezas
No clamor de um gesto de loucura, sentir o coração disparar
No suor do pecado, na sutileza de um seio, sentir todo o corpo desmoronar em delírio
Por trás disso existe um poeta
Ouvir letras ao vento, sucumbir em surdina, deixar o torpor relaxar
Oscular uma face molhada, serenar suas lágrimas, perceber o terror da rotina
Ofuscar os olhos de um ser ressecado de dor, colher seus lírios e prantos
Ocultar a dormência dos membros internos e se deixar resplandecer
Por trás disso existe um poeta
Pulsar realejos, entornar o caldo da vida, nos redondos fartos de languidez
Pestanejar desencantos, torturar notas ao piano, serenar sinfonias
Procurar desafios, compridos, supremos, transparentes, surdinos
Plantar cores, semear amores, causar alegria
Por trás disso existe um poeta
Rebuscar ínfimas ironias, fantasiar monstros e fadas, cortes e impérios
Redundar palavras, criar termos a fio, competência e licença poética
Reabastecer o mundo profano, profundo, insano, mundano
Reviver as asas da fênix, causar discussões e debates, esclarecer aprendizes
Por trás disso existe um poeta
Esta é minha singela homenagem, aos nobres, gentis, generosos, desbravadores, aguçados, imperfeitos, talentosos e irrecuperáveis poetas, desse nosso Recanto das Letras, minhas letrinhas aprendizes, moradoras da terra sem lei dos meus pensamentos, se sentem muito agraciadas com suas visitas amáveis e inspiradoras. Parabéns e todas as minhas reverências ao talento, que habita em seus sensíveis corpos terrenos, abraços.
Feliz Dia Nacional da Poesia a todos.
Cristina Gaspar
Rio de Janeiro, 14 de março de 2015.
Se de um pingo, se faz uma chuva de emoções
Se de um raio de Sol, sai um abraço ardoroso
Se de um beijo fraterno sai, um sepulcro cálido
Se de um luar prateado, sai um claro prantear
Por trás disso, existe um poeta
Quando vemos uma linda flor e pensamos ser, um resplendor em botão
Quando brota um grão na terra e pensamos ser, um novo dia
Quando o recôncavo baiano vira um cio lunático
Quando o azul se desdobra e se torna a celeste peregrina
Por trás disso existe um poeta
Logo pela manhã, imaginando lendas, sonhos e desatinos
Logo pela tarde, imaginando castelos, baladas e cantigas de enternecer
Logo pela noitinha, imaginando seres alados, plumados e voadores
Logo no alto da noite fechada, imaginando amores, vãos, impossíveis
Por trás disso existe um poeta
Maré vazante, ondas cintilantes, se transformando em verbos mergulhados
Movimentos bruscos, rusgas, traças, memórias ilustradas, se tornando visões perfumadas
Mentiras soturnas, cicatrizes, feridas, se transformando em namoros confusos
Momentos de silêncio, se tornando almas gritadas, explosões de prazer
Por trás disso existe um poeta
Na fortaleza de um abraço, na medida certa de um toque, sentir o arrebol das paixões
Na calada de um lamento, na sentença de um frio, sentir o arrepio das tristezas
No clamor de um gesto de loucura, sentir o coração disparar
No suor do pecado, na sutileza de um seio, sentir todo o corpo desmoronar em delírio
Por trás disso existe um poeta
Ouvir letras ao vento, sucumbir em surdina, deixar o torpor relaxar
Oscular uma face molhada, serenar suas lágrimas, perceber o terror da rotina
Ofuscar os olhos de um ser ressecado de dor, colher seus lírios e prantos
Ocultar a dormência dos membros internos e se deixar resplandecer
Por trás disso existe um poeta
Pulsar realejos, entornar o caldo da vida, nos redondos fartos de languidez
Pestanejar desencantos, torturar notas ao piano, serenar sinfonias
Procurar desafios, compridos, supremos, transparentes, surdinos
Plantar cores, semear amores, causar alegria
Por trás disso existe um poeta
Rebuscar ínfimas ironias, fantasiar monstros e fadas, cortes e impérios
Redundar palavras, criar termos a fio, competência e licença poética
Reabastecer o mundo profano, profundo, insano, mundano
Reviver as asas da fênix, causar discussões e debates, esclarecer aprendizes
Por trás disso existe um poeta
Esta é minha singela homenagem, aos nobres, gentis, generosos, desbravadores, aguçados, imperfeitos, talentosos e irrecuperáveis poetas, desse nosso Recanto das Letras, minhas letrinhas aprendizes, moradoras da terra sem lei dos meus pensamentos, se sentem muito agraciadas com suas visitas amáveis e inspiradoras. Parabéns e todas as minhas reverências ao talento, que habita em seus sensíveis corpos terrenos, abraços.
Feliz Dia Nacional da Poesia a todos.
Cristina Gaspar
Rio de Janeiro, 14 de março de 2015.