mulher
Ao se levantar na madrugada
Já se vê na manhã preocupada
Com as tarefas que terá de cumprir
O orvalho umedecido na grama
Ela organiza seu programa
Quando o dia se prepara para abrir
Levantar cedo é seu costume
Na penteadeira seu perfume
Levemente um toque feminino
Mãos tênues acariciadas
Marcas de fibras, aveludadas
Certamente, criada pelo Divino
Momentos vividos outrora
Que ao resplandecer a aurora
Tudo passou de repente
Em seu corpo cicatrizes infindas
Horas de trabalho advindas
De quem nunca se sentiu ausente
Ser mulher é ser doce em encanto
Sentir o frio e a nudez do manto
Não perder por nada a esperança
Amar sem perder o brilho
Abraçar intensamente o filho
Ter no coração a bem-aventurança.
Ás vezes um coração amargurado
Gesto que de longe ignorado
Nem sempre seu valor reconhecido
Contraste do que já foi um dia
A luz que do horizonte irradia
O lume do corpo esquecido.
Seu prêmio, mulher se encontra
Não é deste mundo de afronta
Não é feito por mãos seu troféu
O que te esperas será mais precioso
É por direito seu, imperioso
Tudo receberás lá do céu.