PELO FRESCO DA MANHÃ

Abre-se uma sombra, junto a uma árvore.

O sol mostra-se agradado, com o fresco

Da manhã, azul anil - um azul só ali nascido,

Para os jovens, que, em algazarra, vão até à escola.

Salta uma bola, de uma mala descuidadamente aberta.

E em ajuntamento, crianças encerram-se em casas

Quadradas -com passeios e escadas desniveladas

Pois nunca houve tempo, para cuidados maiores.

E ei-los que chegam, espaçadamente, os pássaros.

E as primeiras pessoas, desenham o dia, a preencher.

Gente bonita, solta o cabelo e arregaça as mangas.

Que cada um já tem seu desígnio marcado, a ferro, na carne.

Mas as flores não se deixam intimidar, com a mesmice

E soltam seus olores mais sofisticados -

Quem sabe se não é o que era mais preciso aqui:

Um dia contado, como se fosse a existir, a qualquer instante.

Jorge Humberto

03/11/2013

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 03/11/2013
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