“BABI” - 02-06-13
 
Vá lá meus sonhos,
Pra minha lixeira
Pra beira do leito do rio
Derrame todo sujeira
Que acumulei no vazio
Destes meus 65 anos
Onde, todos, meus planos,
Cabem num bacio
Se de barro ou se de louça
Pouca diferença faz
Mas, o que mais me apraz,
É lembrar que lá em Feira
Hoje aniversaria
Uma das minhas princesas
Que nem me respeita mais
 
Ela acha que eu nem existo
E eu insisto, que, por Cristo!
UM DIA A GENTE SE ENCONTRA!
Inda, que para trocarmos “broncas”.
 
Só... Que, mesmo que não queiras...
Quem fala mais alto é teu Pai!...
 
 
Mas isto/isso tem que ser breve
O asfalto de Petrolina provou-me
O quanto eu sou frágil!...
Cabeça, tronco, canela,
Rótula e resto e a cara...
Confesso: Fiquei com medo!...
 
Vi meus brinquedos
Empilhados e eu sem poder tocá-los...
 
A vida também é assim.
Têm réus que a gente condena
Somente por ouvir contar,
Falarem... Inda assim
VOU PEDIR A DEUS
PRA ESTE DIA CHEGAR!...
Imagine a agonia
Dos cincos filhos feitos
Nenhum na sombria
Hora, pegar na argola.
Do caixão que a rigor
Pesa mais que o “de cujus”
 
Prefiro o “Quintas dos Lázaros”
Mas qualquer lugar é calvário
Quando se está tão vazio!...