A menina e seu pai.
No começo era apenas uma idéia que juntou átomos de lugares variados e formou meu ser.
Fruto de um amor que sucumbiu e mudou a eternidade de um casal, mas não de sua prole.
Tanto o que se expressar de tais vidas, não deve ser vomitado assim, de uma vez.
Concentro-me por hoje então na história mais sucinta da menina e seu pai.
Pai para alguns, para ela assimilado com sinônimos mais divertidos e significativos.
Cada apelido com origem histórica típica de uma família que preza pelo riso fácil por tudo e também por coisa nenhuma.
A fidedignidade está no todo, mas são os detalhes que se fazem de apreço desmedido nessa relação paterna.
É um dialeto próprio com onomatopeias que servem de comunicação efetiva.
É uma montagem de segura-toalha em equipe.
Um cuidado com a roupa mais sensualizada.
É a atenção para uma novidade compartilhada, mesmo que sejam bobagens em suas mais puras essências.
É uma conversa sobre o significado da vida.
É uma discussão de análise pessoal e das pessoas.
É uma força enérgica, mas com serenidade georgiana, destravadora de pés diante de escolhas importantes adiadas pelo medo moldado por fracassos anteriores.
São os ouvidos sempre atentos para um desabafo.
É o entendimento de palavras não ditas mas reveladas por um gesto, tom de voz ou carinhas de "whats app".
É um abraço afastador de qualquer perigo e que a mente hiperativa consegue o transformar em segundos estendidos de memorável lembrança.
É a capacidade de ensinar uma menina a tal da resiliência, transformando quedas em simples tropeços e pequenas vitórias em comemorações olímpicas.
É a festa da presença de trocas de carinho e ternura, onde o amor incondicional encontra a sua morada eterna.
A menina virou mulher, mas sabe que para o pai sempre será seu bebê.
E não há nada no mundo das idéias ou das coisas concretas que interesse essa mulher a deixar de ser a filhinha do papai.
#Homenagem da menina ao seu pai. Niver do Papai, Maio de 2011.