À SOLIMAR DE OLIVEIRA!
30/outubro de 1988
Poeta meu mestre, sei que em breve irás nos deixar...
Por isso percebo que cada vez mais eu tenho o dever,
[E vou te amar.
Sinto na alma que preciso de ti.
[As dores anginosas
[Aumentam em seu peito...
Esta diabete maldita, não quer controlar-se.
[Porém para ninguém tu queres falar!
Poeta não vá, preciso de ti.
[Não me deixes agora no meio do caminho.
Incentivado por ti, rabisco meus versos.
[Por isso te peço me dê tua mão.
Quando estás perto sinto uma força maior.
Penso até que aprendi
[Os truques das letras.
Sei que em breve partirás, lá no além do além
[Tu então vais morar
Só te peço, poeta amigo maior,
[Me dá mais um tempo para me consolar
Preciso dos teus conselhos.
Preciso de tua paciência e bondade
[Preciso de tua sabedoria sem par.
Dá um tempo poeta... Não partas agora. Preciso de ti.
Segura minha mão.
[Estou débil, sozinho, me dá tua força.
Seja forte, poeta, segura esta “barra”. Esta angina em teu peito,
Que está te matando,
[São as dores do mundo que apanhaste para ti.
Porém tua alma, de força tão grande,
[Que eu fique sozinho não vai permitir!