O POETA LOUCO

Aos Poetas: Pedro Eduardo e Gilberto Felinto

“Ninguém se engane a si mesmo: se alguém dentre vós se tem por sábio neste mundo, faça-se louco para ser sábio” (1 Co. 3.18 RC)

Lá vem o poeta louco!

Vagando pelo caminho,

Sempre falando sozinho,

E isso ainda é pouco...

Na rua todos querem saber:

- “Quem será este fulano?”

- “Qual seu segredo arcano?”

Mas, não há ninguém p’ra esclarecer.

Muitas hipóteses foram levantadas.

E várias tiveram logro,

Como o tal de “Poeta Louco”,

Uma das mais divulgadas.

A verdade é que a estranha figura.

Que vaga pela longa estrada,

Numa infinita jornada,

Alguma coisa procura.

Procura entre a rua vazia.

O consolo para o que chora,

O raiar de uma nova aurora,

O despertar de um novo dia.

Procura a resposta na natureza.

Pra tanta injustiça na vida,

Pra tanta gente oprimida,

Morrendo em fim, na pobreza.

Ah! Louco poeta.

Tua revolta é tua loucura!

Teus devaneios, tua aventura!

Tua poesia, tua festa.

Continue a mergulhar em tua loucura!

E divulgue teus devaneios contrários,

Tal qual pássaro solitário,

Que canta na noite escura.

Escreva tuas poesias.

Teus desvarios pungentes,

Tuas canções plangentes,

De tuas noites sombrias.

Que tuas palavras despertem a todos.

A saírem desta mesmice “normal”;

Desse conformismo mortal,

E que se façam “loucos!”

Lá vem o poeta louco!

Vagando pelo caminho,

Sempre falando sozinho,

E isso ainda é pouco.

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Santa Izabel do Pará, 19 de Janeiro de 2004

Wellington Varjão Poeta
Enviado por Wellington Varjão Poeta em 21/07/2011
Código do texto: T3109083
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