Meu Amor

 

Sinto que esse amor foi esculpido nas nuvens do tempo. Fluidifica o sentimento que o infinito aconchega e sente um misto de desejo e ciúme. Jamais dá pra deixar pra lá, a não ser que venha pra cá, ao aconchego sempre e já.

Que intrépido sentimento unguento... Aguento, embora sejam vários os momentos que li nas entranhas dessa linda caminhada, que gostaria fosse minha única entrada, porta do coração. Feita pra mim e minha lúcida paixão.

Aí eu iria matar todas as sedes que o desejo nos enseja ao ardente desvencilhar num entrelace indescritível do carinho a apalpar o penetrar do amar que pelas vidas vivemos.

Pelo visto jamais ficaram mudos, talvez alguns instantes surdos, aos surtos e sustos da alma desvairada, desnudada por alguns risos dos olhares a penetrar na suavidade desse lindo gostar. Transfixado tormento onde a insensatez dos medos impede os desejos de apenas mais um beijo (tantos outros já viajaram no corpo a corpo da mente e pousaram no âmago da paixão e no íntimo mais sentido em que se deposita com impulso o sumo do nosso amar).

Insensato coração que precisa mudar a oração das palavras e transformá-las em fábulas o que a existência legou, mas não levou, apenas sussurrou na linguagem dos amantes o que a bela vida acompanhou com todos os seus percalços nos atos e passos a perseguir o eterno sonho de felicidade no mais puro e alcoviteiro esplendor.

Amor se eu vivesse mais de uma paixão com tamanha dedicação iria buscar no teu coração a minha inspiração: de tornado a furação seria de forma impiedosa a intrépida fusão da consumação da alma pela linda materialização, atordoando com calor e arrepios a imaginação aflorando a canção dos melodiosos grunhidos e sussurros ofegantes do nosso fundido deitar.

 

 

Julio Sergio

Recife-PE.

(01.03.10)