REALENGO DE LÁGRIMAS
O sanguinário ensandecido,
Dera vazão ao seu lastro hediondo,
Descarregando sua fúria incontida
Contra a inocência de sorrisos apolíneos!
A mais cândida pureza e alegria
Refletida nos olhares dos jovens estudantes,
Transmudara-se em fisionomias sombrias,
Aterrorizadas pela dor estonteante!
Em momentos de tortura inimagináveis,
O país registra extaticamente,
O massacre no Realengo...
E até o sol perde o brilho,
Na atmosfera fria, fosca e triste,
De corações esmaecidos pela clausura insólita
Que transforma a acolhedora escola,
- num átimo inusitado -,
Em gólgota de sangue
Perdida num vale de lágrimas!