O BURIL DO POETA - para Sérgio de Castro Pinto
Poeta Sérgio de Castro
Que honra ao receber
O “O cristal dos verões”
Que vem é enobrecer
A minha biblioteca
E minha alma enriquecer
Ainda estou para ver
Tanta coisa valorosa
Composta numa escolha
De poemas. Que briosa!
Como Cristal dos Verões
Que é do Parnaso a rosa
Imaginação gulosa
Floresceu dentro de mim
Degustando “O elefante”
E “A coruja”, enfim,
Em seu “voto de silêncio”
Tocou-me feito flautim
Falou-me mais que o Pasquim
A zebra e a edição
Do cavalo da notícia
Que sai numa profusão,
Alertando a consciência,
Para a comunicação
Poeta, a tua missão
É desvendar o mistério
Que fabrica o mundo inteiro
E quando tu falas sério,
Como em “Noturnos”, tu falas
Do ouro desse minério
Que somente o planisfério
Dos poetas é que tem
A natura e a psique
O mal, o fardo, o bem,
O silêncio, a adaga,
O grito do ser refém
Poeta, tu vales cem
Na conta deste Brasil
Câmara Cascudo diz
Que é teu cantar febril
“Claros, ágeis, suficientes...”
Ora, viva o teu buril!