FIM!

A Sindy acaba de ser sacrificada, não agüentávamos mais ver o sofrimento dela. Tentei dar um passeio de despedida com ela na avenida, como sempre fazíamos, mas ela não conseguiu - não tinha mais forças para isso e cada movimento dela era com muita dor. Era para ser levada, mas pedi para o meu filho trazer o veterinário em casa e aplicar a injeção aqui mesmo para nem retirá-la mais do lugar - já estava dolorido demais para ela se mover ou colocá-la no carro. Neste instante estou chorando só de escrever estas palavras, mas não consigo evitar. Saí de casa para retirar um dinheiro no Banco e quando retornei o Rodrigo já havia levado ela para ser sepultada no sítio - como havíamos combinado. Hoje é dia de tristeza aqui, a Priscila saiu até mais cedo para a Escola - ela leciona numa cidade vizinha - só para não ver a cena... A Juliana se trancou no quarto e a Vera foi ao Salão atender suas clientes - de onde só voltaria com tudo consumado. É triste, muito triste, mas faz parte da vida perder entes queridos... Sabemos que para ela acabou o sofrimento e é isso que nos servirá de consolo. Não há mais o que dizer, apenas sentir!

Hoje é véspera de aniversário do Rodrigo - se ele se lembrou disso, imagino o que deve ter pensando qdo a sepultou... Se não se lembrou hoje, imagino que se lembre amanhã... Ele já tem outro cachorrinho de poucos meses ao qual deu o nome de Fedô (tadinho dele!, dizem...) e é muito esperto o danadinho. Aos poucos o Rodrigo vai trazê-lo em casa (não para deixá-lo aqui - fica mais no sítio onde ele está construindo) mas apenas para o pessoal daqui ir se habituando com a presença dele para aliviar um pouco a falta da Sindy que conviveu conosco por quase 14 anos. Mas é claro que - como disse uma amiga do Recanto - um focinho nunca é igual ao outro! As mulheres da casa não querem mais cachorro aqui para evitar cenas como essa, mas não creio que deva ser assim. O Rodrigo tb pensa o mesmo e é por essa razão que combinamos fazer isso. A vida continua... e acredito que a dela já continua do outro lado e desta vez sem sofrimento!

PS: O Rodrigo já voltou do sítio e fiquei sabendo agora dos detalhes da operação toda. Ela já está descansando lá e eu já dei minha primeira caminhada sem ela na calçada da avenida. Foi triste lembrar cada parada dela e perceber como sua presença (física e espiritual) ficou marcada nestes locais. Cada movimento que ela fazia ficaram agora como lembrança de algo que nunca mais se apagará da minha mente - inclusive seu olhar risonho e alegre por fazer o que gostava, da forma como queria, aproveitando aqueles momentos de liberdade em local movimentado! Vivemos bons momentos juntos...

Lourenço Oliveira
Enviado por Lourenço Oliveira em 29/04/2010
Reeditado em 29/04/2010
Código do texto: T2226539
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