HOMENAGEM A MIM MESMO
A GRANDE DOR DA MINHA VIDA
Ela não tem cor nem sabor.
Nem dói muito.
Por fora.
Mas, por dentro, dói de doido.
A grande dor da minha vida
foi ter vivido meio que em vão.
Não achei Deus.
Não criei cavalos.
Não fui tão brilhante o quanto queria.
Mas não quebrei como muitos.
Quebrei como poucos.
Assumi minha irrealidade quando percebi
o tamanho do Universo.
A grande dor da minha vida
foi sempre ter sido leal.
Não haveria anestesia para tal.
Mas a dor passa, assim como a vida.
E fica um poema para o futuro.