ENCONTRO DE AMIGOS...
Ontem (22/04/2006) estivemos (eu e minha família) no casamento da Paula & Róbson (ela, filha de uma amigo meu de infância e de toda vida) e irmã do João Miguel - nosso afilhado.
Quando as portas da igreja se abrem, a noiva entra muito séria e com olhar de chorona, de braços dados com um pai risonho/gozador. Permaneceu assim durante toda a cerimônia e apenas sorriu levemente num raro momento (que não consigo precisar agora) – numa das juras... Quando o álbum estiver pronto tentarei identificar esse momento (duvido que ele tenha sido registrado)...
Só de olhar para ele eu já sabia exatamente o que ocorrera fora da igreja antes das portas se abrirem - depois ele confirmaria, antes mesmo de eu perguntar. Enquanto o ritual se desenvolvia, a mãe da noiva (nossa comadre) tirava ciscos dos olhos.
Aos poucos, outros se seguiram: Estela (tia da noiva - irmã do pai) e até o Zéco - irmão da Estela e do pai da noiva (com uma tremenda cara de bravo e o contraditório ar de chorão - depois eu diria isso a ele; na verdade não nos víamos há dezenas de anos). Lencinho pra lá, lencinho pra cá – passeando entre o olho esquerdo e o direito, para as mulheres. Dedinho pra lá, dedinho pra cá – para os homens!
Finalizada a cerimônia, os abraços entre recém-casados e padrinhos. O Ari (pai da Paula) literalmente se derrete e, desajeitamente, enxuga as lágrimas com as mangas do paletó.
Desde o momento em que ele entrara na igreja eu já me colocara em seu lugar... difícil, agora, não repetir seus gestos. Senti-me como alguém da família (e na verdade somos, mesmo que de forma indireta).
Depois, na hora dos cumprimentos eu diria a eles: "- Que família de chorões vocês são!" "Vocês, não! Nós..." – retornam eles. Tinham razão e sabiam disso, pois não havia como disfarçar olhos inchados... Fazer o quê? Família não se escolhe, mas amigos, sim. E a dedo!
Aliás, o único que não chorava e até ria de tudo e de todos era o João Miguel - um dos padrinhos (irmão da noiva). “Era porque - nos disse depois - eu me concentrava em outras coisas, inclusive nos dois quartos que agora seriam meus...” Pois é, seu João, saiu-se melhor que todos nós nessa história! Mas um dia (e espero não demore muito) você terá sobrinhos... será um bom começo...
A dona Maria, mãe do Dinho e avó da noiva, vi na igreja com uma moça que eu não reconhecia – vim saber, depois, ser a namorada do Marcos. Ela sempre tão risonha, estava séria... Tinha, certamente, seus motivos... A vivência, a experiência, tudo se manifestava ali! Depois, é claro, sorriu quando nos encontramos fora da igreja. Era a mesma dona Maria que eu conhecia tão bem, desde o tempo em que ela me pesava na balancinha do Posto de Saúde de Salesópolis, nos meados do século passado (meu Deus! Como o tempo passa...). E ela ali, firme, a mãezona de sempre!
Em seguida a recepção no Salão de Festas. Oportunidade de encontrar-se com pessoas que não se via há muito tempo. A filha da Estela não havia como negar: uma cópia perfeita da garota que conhecemos na nossa adolescência. Da última vez que a vimos ela era apenas uma menininha sapeca. Agora, uma moça séria de braços dados com o namorado.
O Claudinho da Néia, reconheci na igreja (estávamos de lado opostos) e quando nos acenamos eu sequer sabia com certeza se ele estava realmente me reconhecendo. Seu irmão mais velho, estava de braços dados com a Estela como padrinhos, mas eu nem tinha certeza de ser realmente o Marquinhos que eu conhecera – agora era literalmente o Marcão.
Depois, no Salão, o Marcos demonstrou que ainda se lembrava de mim citando, inclusive, minha atividade política. O Claudinho disse estar estudando Fisioterapia e confirmou que o Marcos terminara Informática e já estava trabalhando na área. Pois é, quanta informação...
O Zéco eu não via há muito mais tempo, pois mora em Manaus e nas raras vezes em que visita sua família em Mogi das Cruzes, não consegue se comunicar com seus amigos de infância – a maioria em Salesópolis. Tivemos uma longa conversa, embora o ambiente estivesse muito barulhento e não fosse propício, e, como não poderia deixar de ser, o rumo da conversa variou entre assuntos relacionados à atividade profissional e lembranças da adolescência. Conheci sua família (parcial): mulher e um casal de filhos. Disse que tem outros filhos com outra(s) mulher(es). Tal pai, tal filho... eu lhe disse (ver SÃO PAULINHO – publicado neste Recanto).
Já somos cinquentões e temos, portanto, muita coisa para recordar e história para contar...
O tempo foi curto e será preciso encontrar-se em local mais apropriado para recontar nossas histórias. Falamos, entre outras coisas, de MSN, ORKUT e outros meios atuais de comunicação para viabilizarmos encontros virtuais mais amiúdes, já que os pessoais tornam-se, pouco a pouco, cada vez mais difíceis. Apresentei-lhes, inclusive, o Recanto das Letras; por que não? Afinal, aqui, onde amigos novos se fazem, por que não haveria de fortalecer os já consagrados?
Inspirado no texto: "Para você, meu amigo" da Deusa Indiana