Vivendo os Momentos... E Revivo Lembranças...

Vivendo os Momentos... E Revivo Lembranças...

Dispo-me de minha insegurança, observo os horizontes e diante das possibilidades que a vida se me oferece, aqui estou “EU”, só e,mais acompanhada do que muitas pessoas, pois divago em reflexões necessárias, que irão dá razão e sentidos à minha forma de ser , estar e permanecer, viva, produtiva e útil, permitindo-se, viver bem aos dias, anos ou meses, que a substância vital que me anima o espírito, me permita, diante de algumas situações, choro, emociono-me e partilho de sentimentos dos que se acercam de minha pessoa, decidi que de agora em diante , qualquer que seja o obstáculo a dificuldade, será superada como sempre tem sido, de forma madura e consciente.

Hoje no Planalto central do Brasil, o sol arde lá fora, e um vento cortante atravessa a janela, fazendo-me recordar reminiscências de meus 17 anos, quando numa cidadezinha no interior da Amazônia, , ao adentrar em um templo católico, e sentar-me na intenção de ouvir mais uma missa... por falta de opção a algo mais interessante á fazer, sinto que alguma pessoa cola os olhos em minhas costa de tal forma que viro-me no intuito de descobrir qual seria o tal olhar inquisidor que me despia até a alma... Dou de cara com um Rapaz de uns 27 anos de idade, lindo! Rosto formoso e branquinho com cabelos repicados lisos e castanhos claros olhos verdes e brilhantes, e uma barba suave, lembrando a figura do mestre nazareno, às minhas costas... sabendo não se tratar de qualquer pessoa de minha cidade natal, pensei com os meus botões: Tem cara de Padre, deve ser algum seminarista ou amigos do Pe. Humberto, um amigo alemão, pelo qual eu tinha muito carinho... deixei a minha curiosidade e o incomodo que o olhar do então estranho, me causava, e voltei a concentrar-me no sermão do Padre... No dia seguinte, no período da tarde, em que peguei minha bike para explorar as vias tranqüilas da cidadezinha em questão, morava há duas quadras da Igreja e, ao passar diante da mesma, noto que no alto em frente à mesma está uns andaimes e no alto uma pessoa a dar algumas formas a um trabalho que se iniciara, paro a bike e olhando para cima, detenho o olhar na figura do suposto Padre do dia anterior no mesmo tempo que minha professora de artes, Núbia, também se aproxima curiosa e olhando tentando descobrir que tipo de apresentação artística se iniciaria ali e, comenta: que traços lindos! Ao que eu brincando digo: Mais lindo e a figura que fez os traços... e rí; nesse ínterim,o rapaz se volta sorrir e diz Obrigado, já esta na hora mesmo de descansar um pouco,tomar uma água e,desce os andaimes e, se apresenta! Era um Alemão ,naturalizado paulistano, artista,formado na escola de belas artes em Munique, contratado pela Prelazia do alto Juruá, onde faria um painel de uma imagem da Padroeira da cidade...ao ver ele aproximar-se para conversar, Pe. Humberto, também se aproxima e começa a conversar, ficamos amigos, o suposto Padre e eu... Todas as noites após terminar o seu trabalho diário, sentávamos juntos ao lado da casa paroquial para conversarmos, passeávamos, trocava-mos idéias , sorrisos, e vivemos bons momentos, de alegrias de calor, tal qual poesia que este magnífico amigo me deixa de presente intitulada Saudades Prematura... Na mente vem os versos composto de sentimentos de carinho e de saudades...

O vento vai,

O vento volta,

Caminha pelos céus dias e noites sem parar, recolhendo alegrias, ilusões, anseios e os leva para longe, para a terra do ninguém...( era como ele via SAMPA) Hoje ele me encontrou triste, e só; revivendo momentos de sorrisos e de calor, recolheu minha felicidade sob seus véus transparentes, subiu para o alto, na distancia se perdeu... Recolheu suas palavras querida , tocou teus lábios, me roubou o teu sorriso, teu olhar e depois sem aviso noite adentro sumiu... Amanhã é dia de partida, mimarei na lembrança este meu tão breve lar, recordarei em vão as noites e o vento e saudades de você saberei sentir... Então, na solidão de algum canto perdido estarei a aguardar; o vento que sopra, mais porque nunca chega?! Vento que numa noite longínqua, soube te acariciar.

Vento querido que nunca descansas...me devolvas o passado e a doce ilusão, me traga aquele sorriso e olhar de volta , presente que debaixo de estrelas soubestes roubar... O vento vai... O vento volta ... E eu aqui sentando triste a esperar, que o vento sobrevenha carregando a realidade de uma lembrança tão querida que acaba de começar... Re-escrever a poesia quem me dedicastes é uma homenagem a ti amigo, que nem o tempo nem a distância fez eu esquecer, que se imortaliza na memória; muito especial ... A quem eu chamo de Lou... Não Lorenz Heilm..ir, que após escrever, deixa com o Pe. Humberto, escrito de seu próprio punho um dos melhores presentes que eu pude receber... Minhas desculpas por não poder ter estado com você na noite que me esperou e eu não tive como comparecer,não sabia que partirias...Menino, lindo, um alemão-brasileiro de alma sensível, que caminhava-mos de mãos dadas nas noites de uma cidadezinha perdida na selva amazônica, duas alma que pouco falavam, mais que se bastavam em estar simplesmente juntas, rir, conversar se olhar, que o tempo separou e o vento, que sempre sopra, nunca mais soprou você para cá... Até hoje, ainda sinto saudades de você! São momentos como esses que fazem de nossa vida,valer a apenas ter vivido, na simplicidade de almas, de encontros e desencontros que ainda irão acontecer e muito deles ainda nos emocionam ao visitar nos as memórias, que um simples detalhes, como um vento venha soprar nos a face e nos fazer emocionar. Já nos dizia o poeta, recordar é viver, que possamos ter bons momentos a rememorar ...

Sheila Maria Soares

Mestra dos magos

Mestra dos Magos
Enviado por Mestra dos Magos em 12/11/2008
Reeditado em 22/08/2016
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