Mosaicos
Denso nevoeiro,
Baixios cobertos,
Portas e janelas adormecidas,
Em chaminés esquecidos.
Sol desponta,
Alaranjando as cristas,
Ipês e manacás pintam o mosaico.
Ventos sopram,
Pipas e papagaios penteiam as nuvens,
Festa de cores no céu.
Ventos na cara,
Subida infinda,
Rodas de bicicletas suam.
Ventos passam,
Tremulam os corpos,
Cordel de roupas penduradas.
Ventanias furiosas,
Asas sem tino.
Ventos mansos,
Prá lá e prá cá,
Sem destino.
Por ondes bafejares,
Levem notícias,
Tragam sonhos.
Nada.
Apenas nada.
Um amontoado incomensurável de vazio.
Uma gigantesca equação resultando em 0.
Simplesmente o nada
Com seu potencial infinito.