haikais em sério

em coral

corais marinhos

emitem a sinfonia

mares remotos.

seiva

nós em madeiras

ata-se finos anseios

verde vigor.

...

palmilhar ondas

corpo entre conchas

cabeça nas estrelas.

apoeta

poeta suicida

vive poesia

morre em vida.

monotonia

ouçam os pássaros

eles trazem

o canto de sempre.

outros horizontes

hoje não é apenas

a duras penas

aprendi romper barreiras.

I

As fotos que tenho

Guardam as mulheres

Que nunca existiram.

II

Da laranja

Extraio o sol

Pingando extremos.

III

No mar da rotina

Tão lindos sonhos afogo

Nas ondas cifradas.

IV

Se a vida exigir risco

Riscar estrelas,

Criar cometas.

V

Não minto pra ninguém

Só não sei falar

O que querem ouvir.

VI

Ai

Caí

Num haicai.

VII

De madrugada a lagarta,

Sem qualquer constrangimento,

Da flor de lis se farta.

VIII

Fim de tarde.

Meus olhos são gaivotas

A cruzar o horizonte.

baile noturno

lua rabiscada

pingo novato

feriu a calha.

arranjo

aveluda o verso

conserva a pedra

desejo de sangrar.

jeferson bandeira
Enviado por jeferson bandeira em 03/07/2008
Reeditado em 21/08/2011
Código do texto: T1062674
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