haikais em sério
em coral
corais marinhos
emitem a sinfonia
mares remotos.
seiva
nós em madeiras
ata-se finos anseios
verde vigor.
...
palmilhar ondas
corpo entre conchas
cabeça nas estrelas.
apoeta
poeta suicida
vive poesia
morre em vida.
monotonia
ouçam os pássaros
eles trazem
o canto de sempre.
outros horizontes
hoje não é apenas
a duras penas
aprendi romper barreiras.
I
As fotos que tenho
Guardam as mulheres
Que nunca existiram.
II
Da laranja
Extraio o sol
Pingando extremos.
III
No mar da rotina
Tão lindos sonhos afogo
Nas ondas cifradas.
IV
Se a vida exigir risco
Riscar estrelas,
Criar cometas.
V
Não minto pra ninguém
Só não sei falar
O que querem ouvir.
VI
Ai
Caí
Num haicai.
VII
De madrugada a lagarta,
Sem qualquer constrangimento,
Da flor de lis se farta.
VIII
Fim de tarde.
Meus olhos são gaivotas
A cruzar o horizonte.
baile noturno
lua rabiscada
pingo novato
feriu a calha.
arranjo
aveluda o verso
conserva a pedra
desejo de sangrar.