DIFÍCIL JORNADA
Um dia, ainda muito menino,
Pus os meus pés na estrada,
Sem me importar com chuva ou trovoada
E, sem que possa parecer desatino,
Desde então, não construí morada:
O que importa é a jornada, não o destino.
De tudo, conheci, desde a partida.
Noites, chorei, no mais puro abandono,
Mas, quem opta por viver, assim, a vida,
Não fica em casa aguardando sono,
Nem teme, prudente, cidadela fortificada:
O que importa é a jornada, não o destino.
E quando a saudade, na alma, fez um ninho
E vi nascer, no coração, a fria flor do desengano,
Bebi, silente, cada lágrima vertida;
Normal, que se pague o preço de seguir sozinho.
Do futuro, meu desejo é, em paz, olhar minha imagem refletida:
O que importa é a jornada, não o destino! . . .(*)
- por Hans Gustav Gaus, na madrugada de 09/07/2016, usando como mote(*) um verso do Poeta Otomano, Constantino Kabvafis (*29/04/1863 - +29/04/1933) -