Titanic
Ele passa horas e horas, anos e anos novelando os dedos polegares um ao redor do outro; e para fugir do sedentarismo depressivo, o milionário endinheirado inventa descer às profundezas abissais do mar.
Já o pobre miserável de carcaça emoldurada pela pele lânguida, cruza os braços, vai ao terreiro de chão batido, olha o ocaso e ora aos céus para que os governos lhe dê ouvidos e aprove mais uma MP assistencial, cuja finalidade é garantir para Ele e para a prole mais uns anos de vida, sem nada produzir.
Mânei
Criaram Pix e ainda que opaco, Eu sou mais dinheiro vivo em cores.
Moral das sentenças: não há Pandemia que solucione a inutilidade e não menos, dê um basta na vaidade humana.
Quase 8 bilhões para comer, beber, dormir e sujar as águas e um ou outro essencial para produzir para a massa bruta sobreviver.
O que é uma família moderna, para a qual, um ou outro trabalha e o restante come, bebe, dormi e suja as águas?
Os rebelados não se propõem ser escravos do bolso, que trocado em miúdos, é não serem escravos de si.
O sistemático minimalista e muito menos o radical desobediente civil, não se rende aos sistemas e às ditaduras impostas.
Sordidamente, por ser humano e por conviver e ter que perambular por esse meio, se Eu não exploro, sou exploro.
Um conto gratuito:
Sem dizer, ao menos, obrigado, Ele comeu um prato de cuscuz e tomou uma xícara de café. Afoitamente, sôfrego, em poucas bocadas, repetiu. Lambeu os beiços.
Esperneou, vociferou ao saber que não tinha mais; o que em verdade, estava engavetado à sete chaves, para os demais.
Por volta das 4 horas da madrugada, o galo cantou e chegando ao curral, as vacas mugiram; contudo, o leite só seria disponibilizado para as crias do Senhor da Fazenda.
Bondade não espontânea das vacas, opressão do patrão.