Disciplina
A arte de tocar seria, deverasmente tocante, se antes de tocar nos olhos, nos lábios, nas faces, nas estrelas, enfim, tocar em algo, tocasse fundo a essência do coração.
Faz-se necessário reconstruir as notas musicais que regem a sensibilidade; razão pela qual o coração inflará leve e pulsará compassado, ritmado, feliz.
Quem vive sem regras e indisciplinadamente, contam os dias, empurra a vida; e segue acomodado ao vício da inutilidade, aliada à indignidade até a morte.
Não é tão difícil notar a olhos nus que o trem só se movimenta sobre os trilhos; mas para isso, é necessário que os trilhos estejam nivelados.
Muitas vezes, a bondade discreta pode ser engodo para laçar o inocente.
O hábito não disciplina o Padre:
Os Padres vestem hábitos longos, contudo quais são os hábitos rápidos e curtos dos Padres; a não ser rezar a homilia, comungar os fiéis, comer duas ou três vezes por dia, esvaziar o bucho, sujando as águas e ordenar o sacristão a passar a sacola para arrecadar uns trocados nas missas?
A classe clériga não aceita, mas diante o exposto, os hábitos por mais bem intencionados que sejam, não alteram os hábitos dos Padres em bons hábitos.
Pior são os fiéis que não cobrem o corpo, o espírito e a alma com hábitos. Como índios e celebridades carnavalescas, vivem desnudos; quando não, tapam as vergonhas com filetes de alguma coisa.
Paliativos nos morros e beiras de córregos:
Longe de serem parentes próximas, existem no idioma português as palavras alagado e alugado; porém a Lama brejosa e mal cheirosa não possui fiador para sair de onde nasceu e reside até o presente momento.
Deveras, isso prova que uma letra, apenas uma letra, alteram coisas e ambientes para melhor ou pior. Todavia, a melhora ou piora depende também do comprometimento com o planejado (pouco importa planejar e não executar o planejado) e da seriedade na preparação da aula do professor, ou responsável pela formação e educação dos envolvidos.
Consequentemente, os males oriundos da irresponsabilidade generalizada, bem como das ocupações de morros e córregos, são doenças contagiosas que no período das chuvas rolam soltas, formando avalanches gigantescas, porém não há medicamentos que erradiquem-as, de uma vez por todas.
Então, o menos ruim é aceitar passivamente as feridas e sequelas causadas pelas doenças, que dói menos. Sobre o planejamento? Ora, caso sobreviva às tragédias cotidianas, ouça por um ouvido o que sopram pelas bocas e escrevem nas folhas de papéis e sem o menor ressentimento, descarte pelo outro; e seja feliz!
Estou em uma fase que dispenso até amigo, e o motivo é para não criar expectativas que levam à decepção mais tarde.