Enaltecendo a Gambiarra
Provavelmente, não há gambiarra mais gambiarra, que uma favela de becos e ruelas apinhadas de paredes de tijolos aparentes, esgoto a céu aberto, merda de animais domésticos em todos os cantos, lixo às bateladas, ratos, baratas e pernilongos trafegando na contramão, miados e rosnados de gatos de água e energia a qualquer hora do dia ou da noite; e o eufemismo de dizerem que alí reluz uma nobre comunidade civilizada e óbvio, progressista.
Nessas condições, a favela é iguaria nobre para os oportunistas e políticos.
Quando a gambiarra é bem feita, assentada com subjetividades viciantes e madeirites flexiveis, impossível haver mutabilidade do que é concreto.