Amanhã

2021 ficará somente no calendário, se você permitir.

Se não permites que fique apenas no calendário pendurado na parede da sala, faça que seus 12 meses, ininterruptamente, dia após dia, exista em você.

Os Prefeitos e Vereadores municipais foram empossados hoje, dia primeiro do ano.

De amanhã em diante, estão aptos ao decreto "fique em casa". No final do mês recebem o soldo mensal pelos prestativos trabalhos home office.

P.S.: Em Jegue é, província de Tovuz no Azerbaijão, por praticar furto lícito, o político Nequinho nunca foi preso.

Se amanhã não for um novo dia, certamente será 2 de janeiro do velho ano 2021.

Hoje...

Todos limpam o baton das taças, retiram a toalha da mesa da cozinha, varrem a casa, retiram o vinil da vitrola Sonatta e desligam o som, guardam as vestes brancas no guarda-roupas e recolhem os ossos de frango ( isolamento em pano pandêmico, mais sobrevivência assistencial de governo, é igual final de ano magro) das travessas e pratos. Orando pela vinda rápida da vacina, retornam ao ano anterior.

A ida à praia tostar os neurônios sob sal, sol e mar, fica para o próximo final de ano, se a pandemia permitir.

Entretanto, o álcool etílico continua sendo droga lícita que muitos tomam nos botecos o quanto querem, para posteriormente, quando o cerebelo estiver alcoolizado, dizer: "lá em casa, Eu, minha mulher e os filhos não ficamos sem celular (internet) e televisão; e mesmo que estejamos almoçando, o celular está ao lado e de quando em quando, revezamos mandamos uma colherada de comida para dentro da boca e uma olhada na tela da máquina, a qual nos domina, a ponto de não ficarmos mais sem. Dependência total."

Reconhecidamente, a maioria dos 210 milhões de habitantes do país de mesma nacionalidade dos que proferem o discurso acima, são viciados inveterados e não abrem mão de sê-lo. Seja como for, hoje é dia 2 de janeiro e amanhã será outro dia; se novo ou não, aí depende do que impuserem ao povo.

Contudo, quem melhor representou essa sanha de pessoas de mesma nacionalidade, foi Cazuza ao dizer que "...eu vejo o futuro repetir o passado;

Eu vejo um museu (sem) grandes novidades.

O tempo não para;

Não para, não, não para..."

A pobreza e a falta de metas, objetivos e planejamento a longo prazo, são sintomas de uma doença virótica silenciosamente, que matam mais que o Corona.

Mutável Gambiarreiro
Enviado por Mutável Gambiarreiro em 01/01/2021
Reeditado em 02/01/2021
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